Clube minhoto apela a debate alargado na Liga e avança com seis propostas de reagendamento do campeonato no pós-coronavírus. A mais esperançosa aponta para o reinício do futebol já em maio, para se encontrar o campeão a 7 de junho. A decisão caberá aos clubes, aos jogadores e à TV. E, claro, dependerá da Covid-19.
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Conexão e reunião de todos os clubes marcada para quinta-feira, por videoconferência, que a isso também obriga a pandemia de coronavírus. Na ordem dos trabalhos, o assunto mais premente do futebol: reagendar o que falta jogar dos campeonatos profissionais, designadamente as últimas dez jornadas da Primeira Liga.
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Do Minho chega à Liga uma proposta, que são, de facto, seis: o S.C. Braga sugere meia dúzia de cronogramas, gizados em função da possibilidade de retoma dos treinos, desejadamente duas semanas antes do reinício das competições, "para que os jogadores e as equipas possam recuperar a condição física". Seja como for, serão sempre "calendários de muita exigência física" e todos com condensação de jornadas, com jogos a meio a da semana.
Na urgência do tempo, nas imposições da Covid-19 e na antecipação progressiva de cenários, entre a mais próxima e a última das sugestões do S.C. Braga vai uma distância de um mês e cinco dias e implicações de todo o género.
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"A proposta mais otimista" prevê o reinício do campeonato no primeiro fim de semana de maio e a última jornada a 7 de junho. A mais longínqua perspetiva a retoma da competição apenas a 7 de junho e nesse caso a 34.ª e última jornada será disputada a 12 de julho, bem para lá da data oficial (30 junho) do final de época e do termo dos contratos de muitos jogadores. Também por isso, será forçosa a negociação entre os clubes e o Sindicato dos futebolistas.
Esta proposta mais remota também implicará com a própria homologação dos campeonatos. "Já todos percebemos que é impossível haver consenso. Por isso, é fundamental criar as condições para acabar a época em tempo útil. Quanto mais cedo, melhor", observa a mesma fonte braguista, que acrescenta às determinações regulamentares tudo o mais que é inerente ao negócio e desde logo a redefinição das transmissões televisivas e a negociação com a operadora.
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Ausente da Comissão de Calendários da Liga, que abandonou em setembro último, por discórdia no agendamento dos jogos rentes aos da Liga Europa, o que até levou à retirada de confiança "política" à Direção da Liga, o S.C. Braga observa "o cenário de exceção" e exorta a Liga e os clubes a um acordo.
Na passada terça-feira houve já uma reunião da Comissão de Calendários da Liga. Não foi além de propostas genéricas. A reunião dos clubes de quinta-feira será o primeiro passo para "um debate alargado, para um desígnio superior do futebol português".
"Obviamente, há uma realidade que ultrapassa em larga escala este pequeno dilema do futebol, mas o setor deve pensar em soluções para o "day after". E esta base de trabalho, que já entregámos à Liga, não é contra nada nem ninguém, é um esforço colaborativo em prol de um debate conjunto", considera a proposta do S.C. Braga.
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