Não é de espantar que, ao fim de apenas quatro meses, Miguel Machado já diga à boca cheia que sente falta do sol. Depois da China, foi-se meter na Estónia e Tallin apresentou-se demasiado cinzenta para quem cresceu numa das margens calorentas do Atlântico. "As condições climatéricas são sempre difíceis de adaptar e aqui faz muito frio e chove frequentemente. É o que está a custar mais", reconheceu o treinador, ao JN.
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Fora de Portugal desde meados de 2015, Miguel Machado vira-se, desde agosto, numa escuridão quase torturante. É que onde "o outono parece o inverno de Portugal", sol é coisa que não abunda. "Aqui escurece muito cedo e durante o dia o céu está sempre muito nublado. É muito difícil ter um dia de céu limpo", explica este minhoto de Guimarães. Influenciado, ou não, pelas implicações climatéricas, o certo é que a vida na Estónia também madruga e esmorece mais cedo do que o normal. "O normal é almoçar por volta das 11 horas e jantar às 18 horas. E, a partir das 15 horas, a maioria das pessoas terminou o dia de trabalho e as crianças já saíram da escola", refere Miguel Machado.
Impressionado pelo facto de "os habitantes de Tallin e que trabalham na capital não pagarem para andar de transportes públicos", Miguel curva-se ainda perante a segurança da cidade. "É normal ver crianças sozinhas nos transportes públicos, a percorrerem distâncias consideráveis. Levam telemóvel e dinheiro, mas não há perigo nenhum nisso", elogia.
Passe curto
Nome José Miguel Oliveira Machado
Clube Harju JK
Idade 28 anos (07/04/1989)
Função Treinador
Pormenores:
Tudo percebido ou nem por isso
Quatro meses é pouco para Miguel se entender com o estoniano, mas, pelo menos, os desencontros linguísticos vão dando para guardar memórias. "Já aconteceu tentar passar informação para o campo e um jogador dizer que entendeu tudo e depois fez o contrário. É caricato, mas na hora ficamos chateados", recorda.
China, visita obrigatória
Da China quase não há nada que se aproveite capaz de recordar Portugal, mas uma estadia por lá pode ser tudo menos tempo perdido. "É diferente em todos os sentidos. Desde hábitos, passando pela alimentação e o estilo de vida. Tudo é diferente na China, mas é um país que toda gente devia conhecer", destaca.