Bruno Fernandes, que bisou, e Bernardo Silva garantem terceiro triunfo seguido na era Martínez, Otávio assobiado por alguns adeptos.
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Portugal continua imparável na era Roberto Martinez e no caminho do Euro 2024. A seleção venceu a Bósnia (3-0), ontem, na Luz, com tentos de Bernardo Silva e Bruno Fernandes (este bisou) e até podia ter conseguido um resultado mais expressivo. Este é o terceiro triunfo consecutivo na liderança do novo técnico, que já contempla 13 tentos marcados e nenhum sofrido. Números impressionantes e, sem dúvida, bem melhores que o futebol apresentado, pelo menos no duelo de ontem.
Apesar da vitória inquestionável, a equipa realizou uma exibição algo cinzenta, principalmente na primeira parte, onde pareceu demasiada agarrada à questão tática e com dificuldades em fazer fluir o jogo e operacionalizar o modelo do treinador (3x4x3). Depois, numa fase de menor rigor estratégico, soltou-se, melhorou e saiu da Luz com uma imagem de maior competência ofensiva. Revelou outra intensidade, dinamismo e alguns momentos de jogo atrativos, do agrado dos mais de 50 mil adeptos presentes na Luz.
Apesar de exercer o domínio territorial, o onze nacional revelou pouca velocidade e capacidade imaginativa. Algo estático e sem precisão nos passes longos, Portugal viveu um período inicial de pouca chama, perante uma Bósnia acantonada e a pensar em aproveitar a capacidade e talento de Pjanic e Dzeko.
O onze luso pressionava sem grande intensidade e, apesar da segurança no controlo da bola, revelava claras dificuldades na ligação coletiva e pouco rasgo individual.
Ainda assim, CR7 festejou um cabeceamento exímio, entretanto invalidado por fora de jogo. O lance não contou, mas concedeu um ligeiro ânimo à equipa ou, pelo menos, apontou o caminho da simplicidade como forma de chegar à baliza oponente.
Enquanto a via não era explorada, Dzeko assustou a Luz, embora também tenha tremido no momento da verdade perante Diogo Costa, que já havia realizado uma intervenção providencial.
Mesmo sem encher o olho, os lusos foram para o intervalo a vencer após uma assistência de Bruno Fernandes e gesto de classe de Bernardo Silva.
Durante a etapa complementar, Portugal manteve a superioridade e foi ligeiramente mais intenso e alegre, embora não tão esclarecido. Ainda assim, ampliou a vantagem, com tentos de Bruno Fernandes, e manteve-se inviolável devido a um fantástico voo de Diogo Costa.
Positivo: Bruno Fernandes revelou letalidade nos momentos decisivos. Bernardo Silva deu um cheirinho de classe e Diogo Costa justificou o estatuto de número um.
Negativo: Dzeko tremeu no momento da verdade para bem do interesse luso. João Félix esforçou-se, mas revelou pouca clarividência e esteve mesmo complicativo.
Arbitragem: Bem auxiliado no lance anulado a Cristiano Ronaldo, o juiz italiano geriu o encontro num registo discreto.