O treinador do F. C. Porto, Sérgio Conceição, fez a antevisão do duelo deste sábado (20.30 horas), com o Gil Vicente, da sexta jornada da Liga, e admitiu que apesar de os resultados serem positivos, “à exceção do Arouca”, os dragões ainda estão num processo de crescimento.
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Os galos de Barcelos visitam a Invicta e o duelo vai marcar o reencontro de Conceição com Vítor Campelos, com quem trabalhou no V. Guimarães, com o técnico portista a recordar as dificuldades que a equipa azul e branca sentiu nas duas épocas anteriores frente a este adversário.
O duelo com o Shakhtar foi, porventura, a melhor exibição da época, embora Conceição volte a repetir uma ideia que deixou bem expressa na Alemanha. “Esperava mais em termos exibicionais, não está tudo bem agora, como não estava tudo mal antes, há coisas a melhorar e a equipa vai ficando cada vez mais forte”, defendeu, antes de abordar a exibição de Galeno frente à equipa ucraniana e o crescimento futebolístico do extremo luso-brasileiro.
“É uma evolução normal, natural. Chegou cá muito jovem, saiu para o Braga, onde teve uma prestação muito interessante. Voltou quando saiu um jogador importante, o Luis Díaz. Hoje é um jogador diferente, não pelas características, mas talvez por ter outro critério. Fico contente. Mas a tendência dos jogadores é essa, evoluir. Os resultados positivos, excetuando com o Arouca, também ajudam”, afirmou.
“Não é a exibição [contra o Shakhtar] que nos dá confiança, essa é adquirida com o trabalho diário. A confiança, a forma e a dinâmica, quando se tem bola e não tem, vai-se adquirindo com a tal evolução. Depois depende da estratégia definida, em função do adversário, não me acredito que haja uma equipa que trabalhe só para dentro sem pensar no adversário”, acrescentou Conceição, admitindo que Zaidu não entra nas contas para o Gil Vicente.
“Está fora e vai estar fora durante as próximas semanas. Sofreu uma lesão muscular, infelizmente temos tido alguns problemas com lesões. Temos soluções, não muda o plano de jogo, temos outros jogadores que podem fazer a posição. Claro que os treinadores querem ter todos disponíveis”, realçou, antes de ser questionado sobre a rápida adaptação de alguns reforços, sobretudo Alan Varela e Ivan Jaime, titulares na Champions.
“Sentem-se à vontade, mas não à vontadinha, porque tem de andar. Têm de perceber as ideias que eu tenho para os jogadores daquelas posições, mas acredito que ainda têm muita coisa a melhorar. E também falo do Nico [González] e do Jorge [Sánchez], porque acreditamos muito na qualidade deles, que tem de ser posta à disposição da equipa”, esclareceu.
Sobre a classificação do campeonato, na qual o surpreendente Boavista partilha a liderança com Sporting e F. C. Porto, Conceição lembrou que, apesar das exibições portistas ainda não serem perfeitas, os resultados estão a aparecer.
“Neste meu sétimo ano no F. C. Porto, temos o segundo melhor arranque na Liga. Não estou a falar de exibições, que as queríamos perfeitas, mas acho que isso é impossível mesmo quando jogamos muito bem. Em muitos jogos [do passado] andámos lá perto. Os resultados, excetuando Arouca, têm sido positivos, mais do que as exibições, não o escondo. Em termos exibicionais acho difícil fazermos pior do que já fizemos. Queremos ganhar, porque empatar, aqui, é um drama, como já disse. Não podemos fugir ao nosso principal objetivo, que é reconquistar o título nacional”, lembrou.
Garantindo que André Franco não está à frente de Pepê na luta pelo lugar de médio direito – “aqui tem de se trabalhar por merecer o lugar na equipa e isso mostra-se durante a semana” – o treinador do F. C. Porto deixou ainda grandes elogios a alguns jogadores do Gil Vicente.
“Não é só o Maxime. É o Fujimoto, o Murilo. Olho mais para o coletivo, embora os adeptos se possam concentrar mais nos atletas com uma técnica mais refinada. [Maxime] tem tido um arranque de época fantástico, o Fujimoto também. Já me estou a meter com o trabalho de Vítor Campelos, mas não sei se vão jogar os dois de início. Falei destes dois, mas podia falar de mais. Vamo-nos preocupar mais com as dinâmicas do Gil do que com as individualidades”, finalizou.