O treinador do F. C. Porto fez a antevisão do duelo deste domingo (18 horas) com o Portimonense e admitiu que as duas derrotas seguidas, frente a Benfica e Barcelona, foram difíceis de aceitar. “Temos de agir e não reagir”, pediu.
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“O Portimonense é uma equipa com um treinador que, depois de mim, é o que tem mais tempo no clube. Não começou tão bem o campeonato, mas ganhou as duas últimas deslocações e ainda foi empatar a Arouca. Defende um pouco mais baixo, tem jogadores rápidos para as transições e temos de estar preparados para isso, de forma a ganharmos o jogo, que é o que queremos”.
Feita a análise do duelo do campeonato, Conceição puxou a cassete atrás e explicou o que entende ser a diferença de atitude nos jogos considerados grandes e nos restantes.
“Não estamos habituados a perder, sobretudo duas vezes seguidas. Fizemos coisas positivas, outras que não foram tão boas e vamos trabalhar em cima desses erros. A equipa está a evoluir, mas há algo que temos de perceber: estivemos apenas 24% do tempo em vantagem no campeonato, o que não é normal. Nos dois jogos da Champions e com o Benfica é notória a diferença em relação aos outros jogos. Não digo que seja falta de responsabilidade, mas a atitude tem de ser a mesma quando é um jogo de 50-50% ou quando é um em que nos atribuem 100% de favoritismo, como é o caso de amanhã. Se os jogadores derem o máximo contra Vilar de Perdizes e Barcelona, estarei aqui para os defender, se não for assim...”, alertou o técnico portista.
Conceição voltou a traçar uma diferença grande entre o espírito da nova geração de atletas e os mais experientes: “Nesse sentido é importante eles saberem o que é perder um jogo. Esta nova geração talvez pense que faz sempre tudo bem. Há quem elogie a grande exibição contra o Barça, e os amigos dos amigos e quem gravita à volta dos jogadores passa uma mensagem diferente da minha. Estou aziado, não gosto de perder. Quero que sintam o clube e a região que representam. Eles têm de evoluir, queimar etapas e é isso que às vezes falta – e não falo só dos jogadores do F. C. Porto”.
“Na Luz [contra o Benfica] vi uma equipa com caráter, personalidade, jogadores que jogaram o primeiro clássico a não se esconderem. Mesmo em inferioridade numérica, estivemos bem taticamente e tentámos procurar a baliza adversária. Isso voltou a estar presente contra o Barcelona, amanhã vamos encontrar outras dificuldades, frente a uma equipa que defende de forma diferente. Hoje, o jogador de futebol é inteligente, sabe como se trabalha, mas falta-lhe alguma mentalidade. Não temos de reagir, temos de agir, de ir à procura. É com isso que fico chateado”, realçou Conceição, antes de se referir a Romário Baró, cujo passe falhado lançou a jogada que resultou no golo da vitória do Barcelona no Dragão.
“Eu converso com toda a gente. Se eu o sentisse contente, alguma coisa estava mal. É normal que os jogadores sintam isso. Não temos de levantar nada a cabeça. Temos de a baixar, olhar para o símbolo e perceber o que não fizemos bem, para sermos mais competentes no jogo seguinte. Amanhã, sim, temos de a levantar bem. O futebol, tal como a vida, é simples”, acrescentou o treinador portista.
Ainda sem contar com Pepe para o duelo com o Portimonense, Conceição espera ter o capitão de regresso após a paragem para as seleções e terminou a conferência de imprensa a ser questionado sobre o pedido de audiência feito pelo F. C. Porto ao Conselho de Arbitragem.
“É o que é. Tenho uma opinião, mas não a quero partilhar”, finalizou Conceição.