Conceição aborda processo disciplinar e questiona se o presidente do Benfica vai apresentar queixa contra o "sr. Schmidt". Jogo em Paços é "difícil".
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Os dragões jogam esta noite (20.30 horas, SportTV) em Paços de Ferreira e um eventual triunfo deixará os campeões nacionais a apenas um ponto do Benfica, que recebe amanhã o Estoril. A luta pelo título pode ficar ao rubro e a polémica também, com Sérgio Conceição a reagir à queixa de que foi alvo por parte das águias junto do Conselho de Disciplina da Federação. O treinador campeão nacional estranhou a atitude tomada pelo clube liderado por Rui Costa e lembrou que as recentes críticas de Roger Schmidt ao VAR foram "mais agressivas".
A antevisão do duelo com os castores ficou para segundo plano, com Sérgio Conceição a defender que leva processos disciplinares "por tudo e por nada". "Vim aqui por respeito, porque vocês [jornalistas] já tinham vindo para cá. Caso contrário, provavelmente não faria a conferência, mas não era para fugir a questões. O meu silêncio iria provocar mais ruído. É só casos e casinhos. Fui processado por dizer que quero que todos estejam no máximo. O que me admira mais é isto ser levantado por um homem do futebol, meu ex-colega, habituado a ganhar dentro do campo, e não com estes casinhos. O que me admira é isto vir do Rui Costa. Estava aqui entalado".
O treinador campeão nacional comentou ainda o facto de o técnico do Benfica ter pedido o fim do VAR, após ser eliminado da Champions. "Algumas pessoas não gostam de mim, mas isso faz parte, porque a mim também não me agrada muita gente. Não sei é se o presidente do Benfica vai pedir um processo ao sr. Schmidt, que foi bem mais agressivo ao VAR do que eu", questionou, antes de deixar um apelo para as últimas seis jornadas do campeonato: "Quero que seja resolvido nas quatro linhas: erros toda a gente vai cometer, mas o que é decisivo tem de ser o que se passa nas quatro linhas, entre duas equipas de futebol. É o mais importante e não estou a falar da arbitragem".
Mais ou menos pressão
A visita a Paços de Ferreira foi preparada de forma a corrigir os erros cometidos frente ao Santa Clara e Conceição espera um "jogo difícil" e desvaloriza o facto de poder ficar, provisoriamente, a apenas um ponto do topo do campeonato.
"Já jogámos muitas vezes depois do adversário e algumas antes. Não é maior, nem menor pressão. A motivação vai-se buscar ao trabalho diário. Queremos ser perfeitos, nem sempre acontece, claro, mas a motivação não tem de ser em função do ambiente, dos adeptos - claro que são importantes e agradeço aos que vão à Mata Real. São uma mais-valia para nós", referiu, antes de terminar a conferência com uma declaração sobre Stephen Eustaquio, que perdeu recentemente a mãe: "É um momento complicado, mas ele está bem, dentro do possível, com o apoio da família e do grupo. Está pronto para ir a jogo, ficar no banco ou na bancada".
Paços de Ferreira
"Tirava o Diogo, Otávio e Taremi"
O treinador do Paços de Ferreira, César Peixoto, admite que a equipa terá de estar "num grande dia" e o "F. C. Porto não tão forte" para poder somar pontos na luta pela permanência.
"Acredito que vamos estar fortes frente a um grande adversário e não têm de ser feitas grandes mudanças táticas, mas mais uma mudança de atitude no último terço. Temos de melhorar a agressividade na zona de finalização, querer ganhar a frente e sermos mais objetivos", pediu o técnico do penúltimo classificado do campeonato, antes de ser questionado sobre quem tiraria à equipa do campeão nacional para ter mais possibilidades de sucesso no duelo desta noite. "Gosto muito do Diogo Costa, do Otávio e do Taremi, se pudesse tirava esses três, para mim são os melhores jogadores do F. C. Porto. Mas também tirava o Pepe e assim ficava um jogador por setor e seria mais fácil", referiu, prometendo que os pacenses vão ter os olhos postos na baliza rival: "Podemos defender mais baixo pela qualidade do adversário, mas (jogar com o "autocarro" à frente da baliza) é algo em que não acreditamos".