Super Bowl: o tio Samuel deu as boas-vindas ao jogo vencedor de Kendrick Lamar

Fotos: Chandan Khanna/AFP
A atuação no intervalo do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano (NFL), ficou este ano a cargo do rapper norte-americano Kendrick Lamar, que foi a estrela de um grupo de cerca de 400 artistas que participaram no espetáculo, na madrugada deste domingo. Samuel L. Jackson entrou como "tio Sam".
Corpo do artigo
Depois de ter conquistado cinco Grammys na semana passada, Kendrick Lamar voltou este domingo a ser protagonista: o rapper de 37 anos foi o artista principal do espetáculo de intervalo da 59.ª Super Bowl, um dos eventos desportivos e televisivos mais importantes do ano nos Estados Unidos. Ao longo de 14 minutos, Lamar captou a atenção das cerca de 75 mil pessoas que encheram a Ceaser’s Superdome, em Nova Orleães, onde estava também a assistir o presidente dos EUA, Donald Trump. Com o arrojo que lhe é conhecido, o rapper assinou uma atuação carregada de simbolismo político, um dia depois de a organização do evento ter decidido retirar a zona do relvado onde se lia a frase “End Racism” (“Fim ao Racismo”).
No início do espetáculo, vestido como o "Tio Sam", tradicional figura caricatural da cultura norte-americana e personificação nacional dos EUA, o ator Samuel L. Jackson juntou-se a Lamar no palco para dar as boas-vindas ao “grande jogo americano”. O momento não passou despercebido e, nas redes sociais, foi interpretado - e aplaudido - como uma crítica às anunciadas (algumas já concretizadas) políticas de Trump para acabar com programas de diversidade e inclusão.
Cumprindo as expectativas de muitos fãs que o aguardavam, Kendrick Lamar levou a um dos palcos mais relevantes do mundo a canção “Not Like Us”, tema que lançou em maio de 2024, em que acusa Drake de pedofilia e tráfico sexual - além de lhe ter valido o Grammy de Canção do Ano, a música que pôs fim à batalha entre rappers valeu-lhe também um processo por difamação. Durante o momento da atuação, em que Lamar deixou de fora a palavra "pedófilo", dezenas de dançarinos tomaram conta do palco, incluindo a ex-tenista Serena Williams, que terá estado numa relação com Drake. A multidão gritou “a minor” (um menor), numa referência aos supostos relacionamentos do rival com menores.
Artista detido por abrir bandeira sudanesa-palestiniana
Um dos artistas que atuou durante o intervalo do Super Bowl foi detido em campo depois de desfraldar uma bandeira sudanesa-palestiniana com as palavras "Sudão" e "Gaza" escritas. O indivíduo subiu para um automóvel usado durante a atuação de Lamar e ergueu a bandeira.
A NFL alegou que o artista "escondeu o item consigo" antes de o revelar, acrescentando que “ninguém envolvido na produção estava ciente" dessa intenção. Por sua vez, a Roc Nation, empresa de entretenimento que produziu o espetáculo, disse que o ato “não foi planeado nem fez parte da produção e nunca foi ensaiado”. O concerto continuou sem interrupções e até ao momento não houve qualquer confirmação de que a bandeira tenha sido vista durante a transmissão televisiva da atuação de Lamar.
O Departamento de Polícia de Nova Orleães indicou, em comunicado, que “a Polícia está a trabalhar para determinar as acusações aplicáveis neste incidente”. “O indivíduo será banido para sempre de todos os estádios e eventos da NFL”, disse por sua vez o porta-voz da NFL, Brian McCarthy.
Os Philadelphia Eagles sagraram-se campeões da NFL pela segunda vez, ao impedirem um inédito tri dos Kansas City Chiefs, que bateram por 40-22 no 59.º Super Bowl, em Nova Orleães, Luisiana.

