O avançado iraniano comenta, ao JN, as polémicas criadas pelos lances que resultaram em grandes penalidades. Diz que os defesas têm de ser mais cuidadosos.
Corpo do artigo
É um das figuras do título portista e esteve envolvido em algumas das polémicas do campeonato. Na segunda época no Dragão, Taremi sagra-se campeão e, em entrevista ao JN, defende-se das críticas, dizendo que o VAR nunca contrariou as decisões dos árbitros nos lances em que sofreu penáltis.
Qual é a sensação de ser campeão pela primeira vez?
É um grande momento para todos. Lutámos imenso por isto desde o início, a começar logo na pré-época. Foi preciso trabalhar muito todos os dias, em cada treino, e esse foi o grande segredo para chegarmos agora ao título. Ser campeão é um sentimento maravilhoso e claro que estou muito feliz.
Quando é que sentiram que o título já não fugia?
Estivemos sempre numa onda positiva. Nunca desistimos, demos o melhor até ao último jogo e acabámos o campeonato com 91 pontos, algo que nenhuma equipa tinha conseguido em Portugal.
Selar a conquista do título na Luz, diante de um rival como o Benfica, foi ainda mais especial?
Não podia haver melhor local para fazê-lo e foi fantástico. Ganhar ao Benfica, no estádio deles, foi mais uma prova de que somos a melhor equipa, conforme demonstrámos durante toda a época.
A nível pessoal, como define a temporada, sabendo que ainda falta a final da Taça?
Dei o meu melhor e isso é o mais importante. Penso que fiz uma época muito boa. Os outros jogadores e a equipa técnica ajudaram-me. Agradeço-lhes por isso.
No final de 2021, esteve várias jornadas seguidas sem marcar. Isso nunca o afetou?
O F. C. Porto foi ganhando os jogos e isso manteve-me satisfeito, mas claro que, para um avançado com a minha personalidade, não foi bom estar tanto tempo sem marcar golos. Fui contribuindo com outras coisas para a equipa. São situações normais e momentos que todos os jogadores vivem de vez em quando.
Esteve no centro de várias polémicas no campeonato, relacionadas com alguns penáltis que sofreu. O que tem a dizer?
O mais importante é que eu nunca faltei ao respeito a nenhum adversário, nem a ninguém. Mas houve algumas pessoas de outros clubes que me desrespeitaram. Nunca respondi, nem nunca disse nada. Continuei a fazer o meu trabalho. Penso que só sou criticado porque jogo no F. C. Porto. Não eram críticas dirigidas ao Taremi, mas ao F. C. Porto.
No dia em que lhe chamaram farsante no jornal do Sporting, decidiu festejar um golo com um gesto de quem está a pedir silêncio. Porquê?
Foi um impulso que tive. Esse artigo foi desrespeitoso para mim e penso que teve até um caráter racista. Eu nunca disse nada, mas depois de marcar o golo celebrei com esse gesto. Sou humano e nem sempre consigo fazer as coisas de forma perfeita. Foi uma celebração diferente do habitual, motivada por esses comentários, que não foram corretos.
Admite que tem uma forma de jogar que é propensa a ganhar faltas dentro da área?
Não. É a minha forma normal de jogar. Sou um avançado e os defesas é que têm de ser mais cuidadosos na abordagem aos lances. Não tenho culpa de chegar primeiro à bola e de sofrer faltas. Quando isso acontece na área, é penálti.
Considera que esses lances que resultaram em penáltis a favor do F. C. Porto foram bem assinalados pelos árbitros?
Estamos numa era em que existe o VAR e todos os penáltis são analisados pelo VAR. A responsabilidade não é minha. Nesses lances, o árbitro assinalou e o VAR nunca o contrariou. Mais uma vez digo que a culpa não é minha. É um problema dos árbitros.
Festejou este título com uma bandeira do Irão. O que é que este campeonato do F. C. Porto significa para o país?
Há milhares de iranianos que são adeptos do F. C. Porto e sei que ficaram muito felizes por termos sido campeões. Agradeço também todo o apoio deles.