
Árbitro Gustavo Correia foi muito criticado pelo Benfica após o jogo com o Casa Pia
Foto: Filipe Amorim/AFP
Luciano Gonçalves, presidente do Conselho de Arbitragem, e Duarte Gomes, diretor técnico, fizeram esta quarta-feira o balanço das primeiras dez jornadas do campeonato, numa altura de muita polémica e contestação ao trabalho dos árbitros.
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O videoárbitro foi um dos temas em destaque na conferência de imprensa, com os resposáveis a salientarem a taxa de acerto nas decisões tomadas com recurso à ferramenta.
"Em termos de videoarbitragem, analisámos 1308 clips na I Liga e a taxa de acerto registada foi de 97%. Nestes 90 jogos, tivemos 40 intervenções e, dessas, 19 foram sobre penáltis, 16 em relação à legalidade dos golos e cinco para cartões vermelhos. Destas 40, 24 foram factuais, ou seja, o árbitro não vai ao ecrã rever e acata de imediato a decisão do VAR. As outras implicam a ida do árbitro ao ecrã. E dessas 16 revisões em campo feitas pelo árbitro, foram acatadas 13. Em três, os árbitros entenderam que a decisão inicial estava correta. Muitas vezes se fala dos outros 3%, da consequência, impacto e visibilidade. Sabemos que é um registo perfeitamente normal nestas leituras", expôs Duarte Gomes.
"Não há Maradonas na arbitragem"
O diretor técnico admitiu, no entanto, que "dentro das indicações (dadas aos árbitros), percebemos que há desvios nestas primeiras 10 jornadas em relação a algumas arbitragens". "Não há trabalhos perfeitos e sabemos, com toda a humildade, que não há Maradonas na arbitragem. Estamos em constante aprendizagem num processo que agora iniciamos e que sabemos que terá momentos de correção, maior visibilidade e menor", acrescentou.
Por seu lado, Luciano Gonçalves garantiu a vontade do Conselho de Arbitragem (CA) de continuar "para que haja uma assertividade maior" dos árbitro, admitindo que "os erros vão continuar a acontecer".
"Temos muita confiança neste quadro de árbitros, mas é muito importante perceber o que é a tipologia de árbitros que temos nos quadros:40% dos nossos árbitros têm três ou menos anos na I Liga, 25% tem dois anos ou menos. 67% dos nossos VAR têm menos de 50 jogos no desempenho dessa função; e 30% dos VAR iniciaram este ano a sua carreira no desempenho dessa função", explicou Luciano Gonçalves, assegurando que o Conselho de Arbitragem continuará a trabalhar "para que haja cada vez mais árbitros em dérbis e clássicos".
"Não existirão jarras. Eu disse recentemente, quando tomei posse, que jarras são para flores e assim mantenho. O que este CA faz é aquilo que qualquer clube faz com os seus ativos: faz gestão dos seus jogadores. Jamais irá fazer jarras porque os jogos correram bem, mal ou por pressão exterior. Procuramos a perfeição, mesmo sabendo que é utópico. Mas é essa a exigência. Todos os dias trabalhamos para melhorar a arbitragem e o futebol português", frisou Luciano Gonçalves.

