A tenista ucraniana Lyudmyla Kichenok recordou a fuga da Ucrânia, no início da invasão russa. Conduziu durante 36 horas e esteve num comboio com refugiados. Cinco meses depois, mantém a esperança em poder voltar ao seu país e "viver como antes, embora entenda que nada possa ser como antes".
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Em declarações à estação pública ucraniana, Kichenok recordou o dia 24 de fevereiro, quando a sua mãe a acordou para lhe dizer que "estavam a bombardear os subúrbios de Kiev".
"Fiquei paralisada. Tremi durante duas horas, tinha medo. Fugimos para a Moldávia, de carro. Conduzi durante 36 horas seguidas", contou a tenista número 1 ucraniana na variante de pares, que foi semifinalista, ao lado da letã Jelena Ostapenko, dos torneios de Roland Garros e Wimbledon, este ano.
"Não dormi durante uma semana. Fui para Iasi, na Roménia, num comboio com refugiados. Ficas com uma perspetiva diferente da vida quando vês algo assim", acrescentou a atleta.
Lyudmyla Kichenok confessou ter "muita vontade de voltar a casa e viver como antes, embora entenda que nada possa ser como antes".
"Mas tenho esperança", sublinhou. "Acredito na vitória da Ucrânia desde o primeiro dia. É complicado ver instalações desportivas destruídas. É duro e uma injustiça", completou.