Clube Fluvial Vilacondense é uma referência na canoagem e no remo da região Norte há 113 anos.
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Qualquer instituição desportiva que atinja um patamar centenário merece um evidente reconhecimento pela sua longevidade, mas quando a isso se soma um percurso de êxitos, transversal a milhares de atletas, fica garantido um inapagável lugar na história. Com 113 anos, o Clube Fluvial Vilacondense já ganhou esse estatuto, depois de formar sucessivas gerações de jovens em desportos aquáticos, onde, apesar do ecletismo, a canoagem e o remo surgem como os mais emblemáticos.
Do posto náutico situado na margem do rio Ave saem, diariamente, dezenas de atletas com as suas embarcações para deslizar pelas águas do cartão de visita de Vila do Conde, mantendo um gosto e uma tradição que passa de pais para filhos.
"A canoagem e o remo, por serem desportos de superação, muitas vezes praticados em equipa, geram amizades que ficam para o resto da vida, além de transmitirem valores essenciais na educação dos nossos jovens", partilhou, com o JN, Rui Paquete, ex-atleta, que regressou ao Fluvial como presidente, tentando reabrir as portas do clube à comunidade: "Queremos trazer mais vila-condenses ao posto náutico, para, mesmo não sendo praticantes de competição, poderem usufruir de uma experiência nesta modalidade".
Tanto na canoagem como no remo, há evidentes custos com aquisição e manutenção das embarcações, algo que Fluvial vai tentando contornar com "um grande suporte de autarquia e de alguns mecenas", e que o presidente Rui Paquete considera fundamentais para que "se continue a formar campeões".
Recentemente, na natação, Ana Monteiro, passou a ser um dos rostos do sucesso do Vilacondense, ao garantir uma qualificação para os Jogos Olímpicos, juntando-se a José Garcia e a Leonel Ramalho, que na canoagem, deram projeção mundial ao clube. Atualmente, Ramalho, além de atleta medalhado a nível europeu e mundial, é também um dos responsáveis formativos. "Oferecemos uma aula experimental aos jovens e aos pais, para que possam perceber que este é um desporto com vários benefícios e, sobretudo, com segurança. Nunca tivemos um acidente no rio", vincou, mostrando-se orgulho por fazer parte de um processo que "além de atletas também forma cidadãos".
"Somos uns privilegiados por usufruir do rio e ver a cidade numa perspetiva única. Agrada-nos que os atletas, mesmo que sigam outros caminhos, continuam a praticar desporto porque adquiriram no Fluvial esse gosto", completou Leonel Ramalho, que alimenta o projeto de levar a canoagem a fazer parte dos currículos escolares de educação física.
Clube Fluvial Vilacondense
Fundação: 5 de dezembro de 1905
Sócios: 3000
Atletas na formação: 360
Palmarés: títulos nacionais e europeus
Treinos: de segunda-feira a domingo
Horários: das 7 horas às 20 h
Mensalidade: 17,5 euros