Os treinadores estarão disponíveis para reduzir salários por causa da pandemia de Covid-19 desde que não ponha em causa a "dignidade", avançou, esta quarta-feira, José Pereira, presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF).
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"Ninguém pode estar otimista com este momento que vivemos, vai exigir de todos nós numa certa compreensão, e os treinadores também são portugueses e vão compreender, não podem distanciar-se da realidade do país e do resto do mundo. Haverá sempre disponibilidade para negociar [reduções de salários], desde que não haja abusos [dos clubes] que ponham em causa a dignidade dos treinadores", referiu José Pereira.
O presidente da ANTF disse não ter ainda qualquer abordagem da Liga de clubes ou da Federação Portuguesa de Futebol sobre o tema, considerando que isso se deve ao facto de o momento ser de incerteza sobre o futuro das competições.
"Hoje haverá uma comunicação ao país [pelo Presidente da República sobre o eventual prolongamento do estado de emergência], teremos de aguardar o que vai ser decidido", avançou.
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José Pereira lembrou que "há um contrato coletivo de trabalho, mas depois as eventuais negociações serão caso a caso, clube a clube, porque há situações muito diferentes, e aí a associação não terá qualquer papel", a não ser que seja solicitado.
O presidente da ANTF revelou que salários em atraso são uma realidade "que existe sempre no futebol". "Os treinadores são mais cautelosos em relação a isso por serem líderes de um grupo de trabalho, mas já há quem esteja à espera do salário para fazer face aos compromissos, porque nem toda a gente ganha milhões de euros", frisou.
E José Pereira faz mesmo a distinção nos escalões profissionais. "Uma coisa é a Liga, a LigaPro já é diferente e outra ainda é o Campeonato de Portugal [equivalente ao terceiro escalão] e as camadas jovens em que, na maior parte das vezes, os treinadores ganham o salário mínimo [do futebol]", rematou.