Sá e Paulinho: confissões, farpas e pequenos segredos de dois "ranhosos do treino"
Guarda-redes e goleador do Braga trocam elogios e revelam as pequenas picardias do quotidiano dos Gverreiros do Minho. Das vaidades pessoais às rivalidades da sueca, das "cuecas" ao golo do GPS, nenhum se furtou ao interrogatório dos adeptos na Internet.
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Em emissão duplex, em "Duas de Letra", conversa quase informal decorrida nas redes sociais do clube, os jogadores do S. C. Braga, ainda e sempre remetidos a isolamento social, por via da pandemia Covid-19, responderam a todas as perguntas, das mais sérias às mais divertidas e descontraídas.
Tiago Sá começou revelar o ídolo: Iker Casillas, "por supuesto". "Mas, para mim, o melhor de todos os tempos é o Buffon", acrescenta o guarda-redes, que está no clube desde sempre e que até ingressou nas escolinhas do clube, em 2004, para um função bem diferente.
"Lembro-me bem. Cheguei com as chuteiras do meu ídolo de então, o Ronaldo Fenómeno. Eram umas botas R9 e jogava a avançado. Queria seria avançado. Até que, um dia, desapareceu o guarda-redes. Tivemos todos de rodar pela baliza e eu era o que aguentava mais sem sofrer golos. Então, comprei umas luvas... Gostei e nunca mais saí da baliza. Se calhar, perdeu-se um grande avançado e o Paulinho nem sequer estava aqui...", disse e gracejou o minhoto de Vila Verde.
O "compatriota" de Barcelos encaixou e sorriu, ele que os colegas reconhecem por um certo "mau feitio", admitido pelo próprio. "Ele é muito ranhoso nos treinos. Está sempre a reclamar com os colegas. E também com os árbitros", conta Tiago.
"Olha que estás a queimar-me... Para a próxima vejo amarelo", respondeu Paulinho. Mas este do diminutivo - "Quando era miúdo era muito pequeno" - não ficou só com os desaforos. "O Tiago está a falar, mas não há ninguém mais ranhoso do que ele. Não gosta nada de perder. Nem nos treinos. Nem a jogar à sueca", atira o atacante, que leva 18 golos nesta temporada, a mais produtiva da carreira.
"O golo mais bonito? Não tenho preferência. Não sei bem...", diz Paulinho. Tiago ajuda o colega: "Talvez o do Dragão, marcado com o GPS".
"Para mim todos os golos são bonitos. De cabeça, com o pé direto, com o pé esquerdo, todos têm o mesmo valor. Seleção? No que depender de mim, farei tudo para lá chegar", diz o avançado de 27 anos.
"Ele bem merece. Ninguém, como ele, faz aqueles remates com o pé esquerdo, com a bola a cair. E as cuecas? O Palhinha que o diga...", diz Tiago.
"Mal ele nega. O Palhinha nega. Mas ele leva...", brinca Paulinho, que também não deixa de elogiar o colega e outros dois da função. "Também temos o Edu e o Matheus. Temos três grandes guarda-redes", diz o 20 do Braga
"Sim, somos três grandes guarda-redes. O Edu, que é 13 ou a 14 anos mais velho do que eu e que podia ser meu pai [sorrisos...], ensina-me muito. Ele é muito experiente, jogou em muitos clubes e campeonatos, foi treinado por muitos treinadores e transmite-me muitos conhecimentos. Aprendo muito com ele. E o Matheus é excelente", observa Tiago, nada ressentido com a subalternidade na hierarquia da baliza minhoto. Aos 25 anos, ainda tem muito horizonte, para fazer defesas como aquela no Dragão, no ano passado. "Aquela, naquele remate do Brahimi, foi a minha melhor defesa de sempre", afirma Tiago.
E "Duas de Letra" terminou quase com uma declaração conjunta, em jeito de recomendação contra a pandemia: "Fiquem em casa". "Esperamos que isto acabe o mais depressa possível, para podermos regressar em segurança e acabarmos a época com mais vitórias para os nossos adeptos".