Inter Miami é último classificado na MLS, tem uma das piores médias de assistências na liga e joga em estádio emprestado
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Entre 1997 e 2002, e entre 2013 e 2018, Miami tentou a sorte no futebol, mas nem o Miami Fusion nem o Miami Fusion FC prosperaram, acabando ambos dissolvidos. Entre as razões para os tristes finais, estão o parco investimento, as sofríveis condições financeiras e uma ligação nada significativa com a comunidade local, heterogénea e diversa como poucas, que se traduziu em poucos adeptos e numa afluência residual aos jogos. Eram outros tempos, principalmente, no início do milénio, mas dá para ter uma ideia de como o Inter Miami também tem sofrido para se impôr numa cidade, numa região (South Beach) e num estado (Flórida) onde basquetebol, futebol americano e beisebol têm, historicamente, mais peso do que o “soccer”. Ainda por cima, os resultados desportivos do Inter Miami estão longe de ser convincentes. Com Messi prestes a chegar, do argentino espera-se que contribua para galvanizar um clube e levar por arrasto uma multidão, ainda adormecida e resistente quanto à lenga-lenga do “desporto-rei”.
Ao contrário dos antecessores, o Inter Miami, fundado em 2018, não tem problemas de financiamento, ou não tivesse ele sido criado por David Beckham e Jorge Mas, dois milionários. No entanto, custa-lhe cumprir regras (já foi multado pela MLS), por um lado. Também tem uma das piores médias de assistências nos jogos em casa e joga num estádio emprestado e modesto ao ponto de levantar dúvidas sobre se terá condições de segurança para aguentar toda a azáfama que o espera; ocupa o último lugar da Conferência Este da liga, vai em sete derrotas seguidas e esteve sem treinador até esta semana, quando contratou Tata Martino como sucessor do interino Javier Morales que havia sucedido a Phil Neville. A realidade não é muito menos do que desoladora. Ainda assim, Miami, clube e cidade, nunca estiveram tão entusiasmados e otimistas.