Secção de râguebi do Sport Club do Porto conta com mais de 100 atletas. Projeto nasceu há sete anos
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Râguebi Num país onde o futebol é rei e absorve grande parte das atenções, convencer miúdos a jogar râguebi não é propriamente uma tarefa fácil. Pelo menos, à primeira vista. Mas ainda há quem tente contrariar a tendência e o consiga com bastante sucesso. A secção de râguebi do Sport Club do Porto (SCP), fundada em 2012, conta com mais de 100 atletas e espelha esse trabalho que é feito longe dos holofotes mediáticos.
No meio de muitas bolas de râguebi voadoras e gritos eufóricos, os jovens placam, caem e levantam-se. No fim, com os olhos focados na treinadora Daniela Correia, conhecida por "Deolinda", recebem as lições. Afinal, foi com ela e com o professor Nuno Gramaxo, que tudo começou. "Passámos por várias escolas para divulgar o projeto "Valorizar os valores". Conseguimos transmitir a mensagem que neste desporto defendemos os valores e atraímos muitos jovens para o Sport", disse Daniela Correia, que para além de professora é jogadora e capitã da seleção nacional feminina de râguebi.
Fundado há sete anos, o SCP - râguebi começou com apenas 20 atletas, mas, hoje, já tem mais de 100. Questionado sobre o que o levou a avançar com esta aventura, Nuno Gramaxo sorri e explica. "O Sport começou com a secção de râguebi em 1929. É engraçado que nessa altura havia oito equipas de râguebi no Porto. Depois, foram diminuindo os espaços para treinar e os atletas começaram a desistir. A nossa missão foi renascer este nobre desporto. E com a ajuda dos pais e deste clube estamos a evoluir paulatinamente", disse o treinador e professor universitário, de 58 anos.
"Liberdade". "Amizade". "Respeito". "União". "Encontro". As palavras soltas unem-se na vila desportiva do Parque da Cidade do Porto. A razão de ser de cada uma delas nasce à boleia do râguebi. Um desporto que obriga ao contacto, ao mesmo tempo que incute valores e princípios que estão na génese da modalidade. E só assim se pode jogar. "Este é um desporto fisicamente exigente onde é imperioso que exista respeito pelo colega de equipa. Aqui qualquer pessoa pode jogar, desde o mais magro ao mais pesado. Todos são úteis. E a integridade do atleta é colocada sempre em primeiro plano", afirmou Nuno Gramaxo.
Para os mais pequenos, a dificuldade passa muitas vezes pela aprendizagem dos conceitos básicos. Considerada a melhor jogadora feminina de 2018 e experiente nestas andanças, "Deolinda" revela que "o mais difícil é explicar que temos de passar a bola para trás, enquanto a "baliza" é na frente". Feito esse trabalho, os ensaios para o sucesso estão a dois sprints de distância.
Fundação: 2012
Sócios: 1700
Atletas na formação: 150
Palmarés: Vencedores da Taça Plate Lisbon Junior Sevens, em 2018 (sub-14)
Treinos: Segunda-feira, terça-feira, quarta-feira e sexta-feira
Horários: Das 18:30h às 21:30h
Mensalidade: 23 euros