Cristiano Ronaldo, João Félix e Rafael Leão marcaram para Portugal frente ao Gana, que vendeu muito cara a derrota. Meta dos oitavos está à distância de uma vitória
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Portugal jogou de forma pouco segura e tremeu nas reta final, mas segurou a vitória no arranque do Mundial 2022, frente ao Gana, por 3-2. A meta dos oitavos de final ficou a apenas uma vitória de ser garantida, a qual pode ser carimbada na segunda-feira, diante do Uruguai.
Num duelo disputado aos tropelões na última meia hora, quando os cinco golos do jogo foram concretizados, sobressaiu a capacidade da equipa das quinas em marcar mas também a assustadora facilidade em sofrer. Apesar de ter feito o primeiro golo do jogo, por Ronaldo, e de superar o tento do empate, de Ayew, graças à eficácia de João Félix e de Rafael Leão, que elevaram o resultado para 3-1, Portugal foi sempre uma equipa intranquila e incapaz de meter ordem nos momentos cruciais. Bukari diminuiu a desvantagem na reta final e na compensação uma bola perdida pelo guarda-redes Diogo Costa quase ditou o empate.
A segunda parte ofereceu o espetáculo que não existiu no primeiro período. Obcecada pelo controlo e em atacar de forma organizada, Portugal foi uma presa fácil para o Gana até ao intervalo. Os inúmeros passes no meio-campo luso praticamente não tiveram frutos, à exceção de dois lances desperdiçados por Ronaldo.
No segundo período, tudo mudou a partir do penálti assinalado a favor de Portugal. Aberto o marcador e com mais espaço no relvado, tudo fazia supor que tinha finalmente o jogo a jeito, mas não passou de uma ilusão. Um erro da defesa lusa permitiu o empate e, a seguir, Fernando Santos mexeu bem no banco. A saída de Ruben Neves para a entrada de Rafael Leão permitiu a Bruno Fernandes deslocar-se para o meio, onde está como peixe na água, e não foi por acaso que lhe pertenceram as duas assistências para o segundo e terceiro golos, em jogadas de enorme qualidade técnica.
Com excesso de confiança, a equipa das quinas desligou-se inexplicavelmente do jogo e mesmo com as entradas de elementos com características defensivas, como William e Palhinha, quase só deu tiros nos pés. Permitiu o segundo golo ao Gana e o empate esteve muito perto de acontecer face a uma desconcentração de Diogo Costa. Lance que foi a imagem perfeita do descontrolo emocional da equipa.
No entanto, verdade dita, a seleção teve também momentos de brilhantismo, em que jogou a apenas um toque, e em que deliciou os adeptos com triangulações de pura magia, A vitória, o mais importante, ficou no bolso, mas há muitas arestas por limar.