O presidente da SAD da União de Leiria, João Bartolomeu, afirmou esta quarta-feira que a equipa desistirá da Liga se os 13 futebolistas que apresentaram pedidos de rescisão de contrato devido a ordenados em atraso não regressarem até sexta-feira.
Corpo do artigo
No final de uma reunião de acionistas, na qual estiveram representantes de 85% do capital social da SAD leiriense, João Bartolomeu ameaçou desistir da prova.
"Se até sexta-feira às 19 horas, os atletas que rescindiram não voltarem, desistimos do campeonato. É irreversível", garantiu.
Segundo o presidente da União de Leiria, esse é "o cenário mais provável", apesar de cinco jogadores juniores terem sido inscritos a pensar no próximo jogo, no Estádio da Luz, com o Benfica.
"Queremos ter uma postura de grande profissionalismo. A inscrição dos juniores foi mais uma cautela, no caso de os seniores que rescindiram não voltarem ao plantel. Mas caso não regressem, vamos desistir do campeonato", disse João Bartolomeu.
O presidente demissionário garantiu ter "muita pena" se a decisão tiver de ser tomada.
"Temos de tentar ao máximo que o campeonato não seja adulterado, como já está. Temos muita pena, mas o que desejamos é que os atletas regressem para estarmos presentes no Estádio da Luz", referiu.
João Bartolomeu lembra que a rescisão "tem sete dias para ser revogada", apelando "ao bom senso de todas as partes".
"Nós estamos disponíveis e gostávamos que eles regressassem, para irmos à Luz e jogarmos em casa com o Nacional. Mas eles é que têm de decidir", sublinhou.
O responsável lembrou ainda que, caso seja apresentada a desistência na sexta-feira, "a equipa vai para os campeonatos distritais" e, por isso, apela "para que os jogadores regressem".
Apesar de querer o retorno dos atletas, o líder da SAD recusou falar dos ordenados em atraso que servem de fundamento para o pedido de rescisão coletiva, pois "já se falou demais" sobre o assunto.
A ausência dos jogadores na 28.ª jornada, diante do Feirense, fez com que "um possível investidor não queira nada com o Leiria", acusa Bartolomeu.
"Sem a greve, tínhamos solucionado o problema. Agora ninguém quer investir na SAD, que eu saiba", afirmou.
João Bartolomeu, que está demissionário, garante que "nunca mais" volta a ser dirigente desportivo, assumindo ser "um desgosto" sair assim, "após 25 anos ao serviço do Leiria".
"O presidente é um alvo abater. Pedi a demissão, mas tenho que tenho de estar na SAD 30 dias a fazer a gestão normal. Se não fosse isso já não estava cá. Agora as pessoas têm oportunidade de continuar", frisou.