Contestado há vários anos pelos adeptos, Peter Lim aumenta influência familiar no clube ao entregar a presidência ao filho.
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Para a maioria dos adeptos do Valência não é surpresa ver o estado a que o clube chegou. Outrora candidato aos lugares cimeiros da La Liga e presença assídua em fases adiantadas das competições europeias, o clube “che” luta hoje para evitar a queda no segundo escalão do futebol espanhol e esta agonia tem, para eles, um culpado. Peter Lim tornou-se acionista maioritário do Valência em 2014 e desde então tem sido alvo de protestos, cânticos e iniciativas que visam afastá-lo do clube. Contudo, ele não só resiste como até parece gozar o prato, tomando decisões que aumentam a fúria e o desespero dos valencianos. A última afronta deste milionário de Singapura, com ligações próximas a Jorge Mendes, foi entregar a presidência do clube ao... filho.
Passa como uma coincidência o facto de Kiat Lim ter iniciado funções no cargo a 5 de março, precisamente um ano depois de uma manifestação gigantesca em redor do Estádio Mestalla contra a gestão de Peter Lim, que juntou mais de 20 mil pessoas. Esse foi o último protesto massivo contra o proprietário e a Direção da altura, seguindo-se a outros de proporções mais ou menos similares e com o mesmo objetivo. Nada surtiu efeito, com o empresário de 71 anos, que pouco ou nada é visto no Mestalla, a manter-se fiel aos princípios e às pessoas que conduziram o Valência a uma crise que também é financeira e que já provocou salários em atraso, cortes nos orçamentos e despedimentos.