Vasco Azevedo, do Sporting de Lamego, conquistou este domingo pela terceira vez consecutiva a Maratona de Lisboa, prova que serve igualmente para atribuir o título de campeão nacional da especialidade.
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No sector feminino, registou-se uma estreia no lugar mais alto do pódio, para Anabela Tavares (Arrudense), que aqui fez a segunda maratona da sua carreira, após uma estreia auspiciosa, também com vitória, há dois meses, no Algarve.
Com partida e chegada no estádio 1.º de Maio, e um circuito que levou o milhar e meio de atletas até à zona ribeirinha (meio da corrida no Cais do Sodré), a prova tinha no atleta de Lamego o grande favorito, estatuto que confirmou, com 2:22.04 horas como tempo final.
Na prova, começou por se destacar o ucraniano Anatoli Arzhekhovski (seria segundo, com 2:25.25), com um trio perseguidor, onde estava aquele que viria a ser o vencedor, a alguma distância.
Ao quilómetros 26, o ucraniano foi apanhado por Vasco Azevedo, mantendo-se "na cola" deste, até aos últimos dois quilómetros, ficando para trás na subida da avenida Almirante Reis.
Para Vasco Azevedo, este é, aos 37 anos, o quarto título na maratona, ficando no entanto a marca deste domingo um pouco distante do seu recorde pessoal, de 2:18.22, na maratona de Macau, há três anos.
"Para mim, continua a ser a mesma alegria ganhar. Não é fácil chegar aqui em boa forma, eu que trabalho na construção civil", explicou Vasco Azevedo, que vive e treina em Lamego.
Para se apresentar ao melhor nível em Lisboa, tem de correr diaramente cerca de duas horas diárias, durante dois meses, o que confessa "nem sempre é fácil de conciliar com o trabalho".
História diferente teve a maratona feminina, já que Anabela Tavares, 33 anos, andou sempre na frente, "cavando" uma diferença para a russa Larisa Andronova de mais de cinco minutos na meta - 2:50.20 contra 2:55.33.
Anabela Tavares, com boa experiência em meias-maratonas, só se estreou na distância mais longa há dois meses, ganhando em Faro, na II Maratona do Algarve, com 2:54.49.
Tudo desaconselhava que voltasse a correr já nova maratona, mas a experiência correra tão bem que aceitou o "desafio" de tentar ser campeã nacional.
"Pois, não era para ser já... Mas vim porque era campeonato de Portugal e o meu tempo no Algarve dava-me expectativas...", reconhece a atleta, que acabou por melhorar o recorde pessoal em quatro minutos e meio.
Sem problemas na corrida - "sim, foi tudo muito fácil", admitiu -, a nova campeã acabou por emocionar-se na cerimónia de entrega das medalhas e promete treinar mais ainda, com o objectivo de melhorar e revalidar o título no próximo ano.
A par da maratona realizaram-se várias outras competições, com destaque para uma maratona por estafetas, ganha em masculinos pelo GDR Reboleira (2:17.10) e em femininos pela Açoreana C. Banif (3:10.06).
Pela terceiro ano consecutivo, a prova, que tradicionalmente acabava na Praça do Município, terminou no estádio 1.º de Maio, mas desta vez com uma desagradável surpresa para a organização - as obras no relvado, que se previam acabadas há um mês, ainda continuam e o panorama era desolador, com escavadoras e muitos montes de terra.
"Um muito mau 'cartão de visita' para uma maratona que aposta na presença dos atletas estrangeiros...", reconheceu António Campos, director da Xistarca, organizadora da competição.