Vata foi o herói da última meia final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, hoje a Champions, disputada pelo Benfica. Em abril de 1990, o seu golo, frente ao Marselha, que as águias reencontram esta quinta-feira, abriu as portas à final.
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“Na rua, nas redes sociais, todos os dias me falaram disso nos últimos 35 anos”, afirmou Vata, ao JN.
Com 63 anos e apesar de viver em Melbourne, na Austrália, não se desliga do clube. “Sempre que posso vejo os jogos, gosto sempre de assistir”, salientou. Hoje, nos quartos da Liga Europa, acredita que o favoritismo pertence à sua antiga equipa. “Além de achar que o Benfica é melhor, a memória pode não ajudar o Marselha. Há memórias negras que nunca nos deixam”, afirmou, com uma gargalhada.
A memória a que se refere diz respeito ao seu golo polémico na Luz, que continua a defender que foi com o ombro e não com a mão, como as imagens documentam. “O árbitro teve tanta certeza que o golo foi limpo que nem perguntou nada ao assistente. Por isso, foi limpo. Sei que houve e ainda há muita polémica, ameaçaram-me de morte, mas se o árbitro considerou limpo...”, recordou, bem disposto.
Na altura, o então treinador dos encarnados, Sven Goran Eriksson, passou muita confiança, e acabou por entrar aos 52 minutos, por troca com o sueco Jonas Thern. A aposta foi total no ataque, num jogo que estava a ser muito dividido. “Acreditou em mim e disse, antes desse jogo, que eu podia resolver as coisas. O jogo não foi fácil, fui intimidado pelos franceses, até pelo Mozer. No golo, estava a ser agarrado pelo Di Meco e eu tive de marcar com o ombro”. Os momentos após o jogo foram indescritíveis. "Houve grande euforia, todos me abraçaram, foi uma festa!".
Olhando para o presente, crê que o campeão português vai chegar à final. “O Benfica vai estar muito motivado por causa das outras provas que não correm tão bem. No entanto, tem de vencer em casa para ter boas hipóteses em Marselha, se ganhar tem bastantes possibilidades porque eles têm medo do Benfica por causa do passado. Acredito que, no campeonato, também ainda há hipóteses, a equipa não pode perder motivação”.