O candidato à presidência dos dragões abordou, esta terça-feira à noite, a polémica relacionada com a construção da Academia do clube, que a atual direção pretende construir na Maia. Sobre as claques, Villas-Boas quer transparência na venda de bilhetes.
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Um dia depois da Câmara Municipal da Maia ter aprovado, em reunião de executivo, a alienação dos terrenos para a venda em hasta pública, André Villas-Boas comentou as palavras do vereador socialista Francisco Vieira de Carvalho, que levantou muitas dúvidas sobre a posse dos terrenos e o preço dos mesmos.
"Quando soltei o que sabia sobre a Academia da Maia, o F. C. Porto dedicou-me um comunicado. Agora falou o vereador da Câmara e a coisa está quente. Pode tornar-se num caso de polícia mais depressa do que na Academia do F. C. Porto", afirmou o candidato à presidência, utilizando, até, uma expressão usada nos comunicados azuis e brancos.
"O chorrilho de mentiras é dizer que estão lá os tratores, quando o F. C. Porto nem sequer tem a posse do terreno. Isso é que é um chorrilho de mentiras. No comunicado, o clube até desmentiu o seu próprio administrador financeiro, que tinha afirmado que ia alugar o espaço e, agora, dizem que vão comprar", recordou, antes de abordar a relação que quer com as claques do clube.
"Nos Grupos Organizados de Adeptos [GOA] nem todos são criminosos. Eu já estive na Superior Sul [do Estádio das Antas], com 14/15 anos e nada me dava mais prazer do que descer a bancada e agarrar-me ao arame farpado", recordou, antes de criticar os benefícios que os Super Dragões tiveram nas últimas décadas.
"Ao longo destes 20 anos, os GOA tomaram conta da bilhética do F. C. Porto, de quase três setores de uma bancada do Dragão e deixou de haver igualdade de acesso aos associados e adeptos. Quantos passavam horas na fila e era ultrapassados por elementos das claques, que depois saíam de lá com molhos de bilhetes. Isso não é justo. Não quero parar a mística das claques, mas há muitos que usam aquilo para revendas, que gerou muita perda ao F. C. Porto. Quero sentar-me, comunicar e regulamentar", garantiu.
André Villas-Boas manifestou, depois, solidariedade para com o Coletivo e os Super Dragões no caso das tarjas roubadas do Museu do Dragão.
"O roubo das tarjas foi uma enorme falta de segurança. A minha medalha da Liga Europa está no Museu, tal como o esquema dos 5-0 ao Benfica e o F. C. Porto tem de dar garantias de segurança. A indignação das claques neste caso tem de ser aceite pelos adeptos, o que não entendo é o silêncio da direção. Espero que o ato eleitoral corra de forma transparente, limpa e clara", pediu.