André Villas-Boas criticou, este domingo, os atuais responsáveis do F. C. Porto e o comportamento das claques, a propósito do roubo do museu das tarjas dos Super Dragões e Coletivo 95, e questionou, face ao acontecido, se estão garantidas condições de segurança para as eleições de 27 de abril.
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O candidato à presidência dos dragões apontou mais uma falha à comunicação da atual Direção, por não ter informado, por decisão própria, as claques do sucedido, mas visou os grupos de organizados de adeptos pelo protesto no estádio, elogiando os restantes sócios que apoiaram a equipa e ajudaram à vitória com reviravolta (4-1) sobre o Vizela.
"O F. C. Porto, por decisão própria, não comunicou quando as tarjas foram roubadas. Desconhecem-se as razões disso, mas vem em linha com uma série de ações que a direção do F. C. Porto está a tomar e a não informar os sócios. Em carta registada pedimos que sócios sejam esclarecidos sobre uma série de negócios estruturantes", disse André Villas-Boas, à margem da apresentação dos nomes de cinco candidatas ao Conselho Superior pelo sua lista.
E acrescentou: "O roubo das tarjas foi ainda pior, os líderes das claques não foram informados e, para movimentos destes, o roubo de uma tarja é algo sagrado. Isso foi omitido e as claques reagiram de forma ostensiva".
Lembrando que também é "doador de bens ao Museu do F. C. Porto, muitos sócios são e estão lá as taças históricas do F. C. Porto", André Villas-Boas pediu o "apuramento de responsabilidades quanto à segurança do Museu e do Estádio do Dragão" e apontou ao ato eleitoral de abril: "Se a segurança do Dragão não está garantida, como vamos ter segurança de votos em abril?".
E voltou a atacar a atual direção: "As pessoas descuram-se no silêncio e quando soltam comunicados, os sócios reagem de forma lamentável, como aconteceu e podia ter sido evitado. As claques decidiram o seu protesto, é lamentável, mas é fruto da comunicação do F. C. Porto, em linha com a falta que tem demonstrado desde 13 de novembro. Os adeptos, após terem visto essa saída, animaram o estádio, apoiaram a equipa e a vitória foi conseguida, o que foi o mais importante”.
Villas-Boas não vê este episódio (protesto das claques) como qualquer tipo de vantagem para o ato eleitoral. “Há coisas que não se misturam, o protesto tem a ver com o roubo que foi comunicado duas semanas depois e não com o ato eleitoral. O F. C. Porto tem de se unir em torno do que é sagrado e os adeptos substituíram as claques, que tantas vezes animam o Dragão. Foi uma forma de os sócios apoiarem a equipa, de lamentar é a atuação da direção, que assiste impávida, não comunica com os sócios e chuta para canto verdades que lhes custam", concluiu.