
André Villas-Boas à entrada para a gala dos Dragões de Ouro
Créditos: FC Porto
Presidente do F. C. Porto, André Villas-Boas, falou na gala dos Dragões de Ouro, num discurso em que lembrou Pinto da Costa e Jorge Costa
No discurso que fez, esta segunda-feira, na 38.ª gala de entrega dos Dragões de Ouro, André Villas-Boas recordou Pinto da Costa e Jorge Costa, que faleceram este ano, deixando de luto a família portista.
"Partiu Pinto da Costa, o presidente dos presidentes, o homem que transformou este clube numa referência mundial, que acreditou sempre que o F. C. Porto podia ser muito maior e que nos guiou em décadas de conquistas, à data de hoje, as mais importantes do futebol português. Jorge Nuno Pinto da Costa foi o maior dirigente desportivo do futebol mundial e o maior presidente da história do F. C. Porto", disse o líder azul e branco.
"Partiu também o nosso querido Jorge Costa, o nosso "Bicho", capitão e dirigente, exemplo de coragem, de lealdade e de paixão pelo emblema; de um amor profundo pelo seu clube, pelas tradições do Porto e do F. C. Porto. Formado na casa, jogador da casa e veículo transmissor de energia, de nobreza e de alegria. 'Adoro isto, adoro o balneário', dizia frequentemente, e com saudade. Se há alguém que nos inspira como ninguém, és tu, meu querido amigo Jorge", acrescentou, também com palavras para Diogo Jota e André Silva, "dois jovens que levaram o nome do F. C. Porto muito longe" e que partiram "demasiado cedo".
Dirigindo-se aos sócios dos dragões, Villas-Boas definiu a época de 2024/25 como um "ano duro", marcado pelo insucesso da equipa de futebol. "Não conseguimos o título nacional que todos desejávamos. Houve momentos de frustração e houve muitos erros, e não temos qualquer problema em assumi-lo. O mais importante é que o clube não se escondeu e, por isso, não foi um ano perdido", disse.
"Tomámos decisões exigentes e difíceis. Confiámos a liderança técnica a Francesco Farioli, um treinador jovem, mas com um percurso já sólido, que representa bem o equilíbrio que queremos: o respeito absoluto pelo nosso ADN competitivo e, ao mesmo tempo, uma abordagem moderna ao treino, ao jogo e à gestão do balneário. Fomos ao mercado com rigor. Numa equipa já boa, investimos mais de 100 milhões de euros num plantel que combina experiência e juventude, talento e carácter, com jogadores que sabem que, aqui, não basta jogar bem: é preciso ter uma relação de compromisso com o clube e com os nossos adeptos", afirmou, otimista em relação à época em curso.
"Os sinais dados até agora são encorajadores. Todos sentimos, dentro do balneário e fora dele, que temos condições para lutar até ao fim pelo lugar a que o F. C. Porto pertence. O sonho de sermos campeões está presente em cada treino, em cada reunião, em cada decisão que tomamos. E esse sonho só faz sentido porque é partilhado por todos: direção, equipa técnica, jogadores, sócios e adeptos. Sonhamos e queremos este título para que o possamos dedicar a quem tanto deu por nós e pelo F. C. Porto", sublinhou, num discurso em que também falou do que foi feito no último ano no "plano financeiro".
"Em poucos meses, conseguimos dar passos muito importantes. Alcançámos um resultado líquido consolidado histórico, reduzimos de forma significativa os custos operacionais da SAD, melhorámos os capitais próprios e, ao mesmo tempo, concretizámos o maior investimento dos últimos anos na equipa principal. Estas conquistas estão intimamente relacionadas com o crescimento associativo, onde a resposta dos portistas tem sido extraordinária. Lançámos o novo cartão de sócio, o Portal do Sócio e o Portal da Bilhética e, em apenas cinco meses, o número de associados cresceu em mais de 15 mil novos sócios", salientou, sem esquecer projetos já lançados, como a "Fundação FC Porto", e outros em vias de passarem do papel, como o Centro de Alto Rendimento, no Olival, e o novo Pavilhão Multidesportivo, em Campanhã.
"Tudo isto mostra que o F. C. Porto está a crescer de forma integrada: na competitividade desportiva, no seu ecletismo, na saúde financeira, na dimensão associativa e na qualidade das suas infraestruturas", indicou Villas-Boas, agradecendo o apoio dos sócios do clube ao longo de todo o ano.
"Em duas épocas desportivas, vimos os lugares anuais esgotar num tempo recorde, vemos os estádios cheios em casa e fora, vemos milhares de portistas acompanharem a equipa em deslocações longas e vemos a energia com que nos defendem num sentido de unidade que nos é próprio. É por causa dessa força que o F. C. Porto continua a incomodar tanta gente. É por causa dessa força que, mesmo quando o caminho parece inclinado, sabemos que não estamos sozinhos", afirmou.
"O clube é vosso. A direção que hoje lidero é responsável pela passagem de um património material e imaterial que se quer mais rico nas próximas gerações. O que nos distingue é esta capacidade de nos renovarmos com a mesma vontade de lutar, com realismo, mas sem medo, por um F. C. Porto maior, mais competitivo e mais fiel à sua identidade", reforçou, enfatizando palavras como "gratidão" e "confiança".
"Gratidão à minha Direção, aos órgãos sociais do clube e à administração da SAD que me acompanha nesta caminhada para melhor vos servir. Confiança porque, mesmo num contexto difícil, sabemos que estamos a construir bases sólidas para voltar a viver grandes vitórias e para voltar a levantar troféus, que é o que mais desejamos", concluiu.

