O treinador do F. C. Porto, Vítor Bruno, prometeu dar tudo para inverter, esta quinta-feira, o ciclo negativo de três derrotas com uma vitória, que seria inédita, no terreno do Anderlecht, em jogo da quinta jornada da Liga Europa. O técnico assumiu total responsabilidade pelos maus resultados recentes dos dragões.
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“Vamos ver uma equipa com máxima vontade de ganhar, defrontando um adversário que está muito bem na prova e ainda não perdeu. Está num ciclo vitorioso, mas temos de resgatar pontos, somar aos que já temos e fechar esta ronda com sete pontos. Temos de entrar fortes, humildes, a respeitar o adversário, mas nunca nos vergando”, afirmou, em Bruxelas, Vítor Bruno, antes de ser questionado sobre a contestação de que tem sido alvo.
“Qualquer treinador tem o lugar em risco, isso é claro. Os adeptos querem muito ganhar, mas uma coisa garanto: não querem ganhar mais do que nós. Queremos que amanhã saíam do jogo com um sorriso. Temos de tentar transformar o momento, com alguma revolta contra o que tem acontecido”, prometeu, admitindo que ainda não tinha lido todas as declarações, desta quarta-feira, de André Villas-Boas.
“O presidente é o líder máximo do clube e, sim, continuamos sintonizados”, comentou o treinador, garantindo sentir apoio total dos dirigentes portistas – “sim, sim, claramente” -, desvalorizando o facto de ter tido proteção pessoal nos últimos dias.
“São questões políticas, a mim só me interessa a parte desportiva. É normal, não está a correr bem e o responsável sou eu, como já assumi, sou a cara visível. Mas durmo de consciência tranquila, porque faço tudo parta que o F. C. Porto ganhe. Temos de perceber que nunca ganhamos aqui [no terreno do Anderlecht], sofremos quatro derrotas e nunca marcámos um golo. Queremos deixar uma marca positiva, acreditamos no nosso trabalho, temos uma crença inabalável. No futebol há ciclos maus, neste momento tocou-nos a nós”, referiu.
Questionado sobre o momento psicológico dos jogadores e da equipa técnica, perante os maus resultados e a contestação dos adeptos, Vítor Bruno lembrou que nasceu numa família de um treinador de futebol.
“Faz parte da vida do treinador. Sou muito prático nisto, conheço muito bem a minha profissão. A minha vida, por questão familiar e profissional, esteve toda ligada ao futebol. Sei em que é colocado o ónus, o rótulo. Amanhã quero uma equipa contente, com sorriso na cara e eles, jogadores, merecem, porque trabalham muito. Detesto perder, detesto empatar, mas até quero vencer mais por eles do que por mim”.
Garantindo, a propósito do onze escolhido em Moreira de Cónegos, que só se arrepende daquilo que não faz, Vítor Bruno deixou claro que o duelo com o Anderlecht não é uma final: “Começamos a tocar em demasia no passado e a esquecer o jogo de amanhã. Queremos muito ganhar, mas não é nenhum drama, que a prova não acaba amanhã. Foram três dias de energia total na preparação, tristes e revoltados como é óbvio, mas sempre focados no jogo de amanhã. Queremos atacar de forma apaixonada, honesta e focada”, disse, antes de assumir que faltam líderes no balneário dos dragões.
“Concordo, e até já falámos disso no balneário, têm de aparecer novas lideranças no balneário. Tenham 17 anos como o Mora ou os 37 do Marcano. Mas isso não se consegue de um dia para o outro. Vai-se conquistando, ganhando”, finalizou Vítor Bruno.