O treinador do F. C. Porto fez a antevisão do duelo deste sábado (18 horas), em Guimarães, frente ao Vitória, clube que divide, atualmente, o segundo lugar da classificação com os dragões. A missão é “difícil” mas o objetivo apenas um: “ganhar”.
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A conferência de imprensa de antevisão do encontro da sexta jornada do campeonato começou com Vítor Bruno a elogiar quem esteve na linha da frente do combate aos incêndios.
“Antes de entrar no tema do jogo, deixar uma palavra de menção honrosa e de louvor a quem tem feito luta titânica contra os fogos. Foi uma missão estoica, muita brava, por parte de bombeiros, GNR e mesmo civis. E deixar, também, uma palavra de força e coragem para tantas famílias que perderam tudo após décadas a edificar [as casas]”, afirmou o técnico, revelando que o grupo de trabalho se uniu para ajudar: “Espero que eles não levem a mal eu revelar isto, mas tenho de elogiar o plano que puseram em marcha para ajudar. Deixa-me orgulhoso e com uma ponta de vaidade”.
Tempo, então, para olhar para o desafio de Guimarães e para as dificuldades que o Vitória, que está a realizar um dos melhores arranques da história, vai colocar aos azuis e brancos.
“Tem o melhor arranque do milénio, uma dinâmica de vitória visível, com apenas dois golos sofridos. Vai jogar em casa, vem de um triunfo com impacto diferente no campeonato, sei bem o que representa naquele clube ganhar em Braga. Temos de ser disciplinados, alegria nas pernas, correr e trabalhar muito, fiéis aos nossos princípios e sem esquecer que poderemos ter de nos adaptar ao que o jogo pedir. Frente a um adversário difícil, vamos fazer tudo para ganhar”, assegurou.
O facto de o F. C. Porto ter um registo muito positivo, nos últimos anos, nos jogos disputados na cidade-berço não convence Vítor Bruno.
“Terá de ser sempre um grande F. C. Porto, perante um Guimarães muito forte do ponto de vista individual e coletivo, por mérito da equipa técnica. Quem vai ao Afonso Henriques passa por dificuldades. A minha função não é olhar para o contexto, ou para o passado, é inspirar quem me rodeia e fazê-los estar num estado de permanente insatisfação. Tem de mostrar de que casta são feitos, como reagem às adversidades. O plano individual pode resolver um jogo destes, a beleza do futebol é muito essa. No fim de semana passado [frente ao Farense], criámos 12 ou 13 ocasiões de golo e, com tamanha supremacia, só ganhamos pela margem mínima. Teremos de deixar muita energia no campo e que a energia dos adeptos, mesmo em menor número, se faça sentir”, pediu.
“Não crucificamos um avançado por não marcar”
Samu foi lançado na segunda parte frente ao Farense e acabou por marcar o golo da vitória, com Vítor Bruno a ser questionado se o espanhol vai ser, agora, titular.
“O Rui Borges [treinador do Vitória] disse que não sabe se vai jogar o Danny [Namaso] ou o Samu, mas também temos o Fran [Navarro] e o Deniz [Gul]. O Samu entrou bem, agitou o jogo, mas o Danny… nós olhamos para todas as métricas e não crucificamos um avançado por não fazer golos. Enquanto fizer o que eu pedir, comigo terá sempre vida. Há coisas inegociáveis neste clube”, começou por dizer o técnico, não abrindo o jogo.
“O Samu veio dos Jogos Olímpicos, esteve cá meia dúzia de dias, voltou para a seleção e teve minutos, o que foi bom para ele, mas esteve desconectado do nosso grupo. Está a imiscuir-se no que é o trabalho de um avançado no nosso modelo de jogo e as suas características podem pedir pequenas alterações na nossa forma de jogar. Qualquer um dos quatro avançados dá-me muitas garantias para a nossa forma de jogar”, disse.
Prestes a entrar num ciclo infernal de jogos, com dois por semana, Vítor Bruno assumiu que está satisfeito com o plantel, garantindo que todos vão ter oportunidades: “Não falo da boca para fora. Todos eles vão ser importantes e vão ser mesmo, não é paleio para a praia. Vamos entrar num ciclo infernal de jogos até à pausa para as seleções e todos vão ser importantes para atacar o que aí vem. Tem de ser tudo muito bem rentabilizado e o tempo é dos bens mais preciosos que temos”.
Quem também ainda espera por uma oportunidade na equipa principal é Rodrigo Mora, que tem brilhado nos “bês” portistas. “O Mora terá espaço para fazer o seu crescimento, tem-no feito na equipa B, marcou em Penafiel e entrega-se ao jogo, à ideia. Tem muito talento e é importante não lhe pôr muito peso nas costas. O Castro é uma boa ajuda para a miudagem na equipa B. Quando tiver de ser lançado na equipa A, vai ser lançado e já esteve mais longe. O Fábio Vieira também está para breve e pode andar naquele espaço [jogar nas costas do avançado]”, revelou.
Já o central Otávio foi alvo de várias críticas, devido ao golo do Farense no Dragão, com Vítor Bruno a lembrar que o brasileiro ainda tem uma enorme margem de progressão.
“O Otávio, como qualquer jovem, está a crescer, compete com quatro jogadores de grande valia, porque é importante não esquecer o Gabriel Brás. Temos dois psicólogos no Olival para falar com os jogadores quando eles precisam. Qualquer dupla de centrais me dá todas as garantias. O Gabi vai ser uma referência do F. C. Porto no futuro”, prometeu.