António Pereira, presidente do S. Lourenço do Douro, diz que viu o incidente. Líder do S. Pedro da Cova nega.
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O presidente do São Lourenço do Douro, António Pereira, apontou o homólogo do São Pedro da Cova 1937, Vítor Catão, como o autor da agressão ao árbitro Ricardo Carriço, no jogo entre as duas equipas, na noite de anteontem, a contar para a Taça da A. F. Porto. A polémica partida foi interrompida aos 60 minutos, depois da equipa da casa, o São Lourenço do Douro, ter marcado o único golo até então, num lance que motivou o descontentamento do S. Pedro da Cova 1937 e precipitou a expulsão de Vítor Catão. A partir desse momento, o árbitro sentiu que as condições de segurança não estavam reunidas, interrompeu a partida e quando recolhia aos balneários foi agredido.
António Pereira, líder do clube do Marco de Canaveses, disse ao JN que a agressão foi perpetrada por Vítor Catão. "Além de haver um vídeo a mostrar tudo, eu vi que ele deu um soco no árbitro. Se queremos melhorar o futebol, tenho de falar sobre o que se passou", salientou. Após o incidente, a GNR foi chamada ao local e, segundo apurou o JN, elaborou um auto de notícia, tendo como testemunhas um delegado e um assistente de recinto desportivo (ARD).
Ouvido também pelo JN, Vítor Catão, presidente do São Pedro da Cova 1937, negou cabalmente ter agredido o árbitro. "Nos vídeos vê-se perfeitamente que não sou eu que estou lá. Não dei murros a ninguém. Aliás, o nosso advogado é que vai fazer queixa-crime contra o árbitro, porque ele tentou agredir um adepto", disse o dirigente, considerando que a equipa "foi muito prejudicada".
O JN tentou, sem sucesso, ouvir a versão do juiz da partida, Ricardo Carriço, que teve de receber assistência hospitalar. Já fonte da direção da Associação de Futebol do Porto disse ao nosso jornal que o relatório dos incidentes "foi remetido para o Conselho de Disciplina".
"Os animais continuam à solta", diz a APAF
Este foi o terceiro incidente no mês de março envolvendo agressões a árbitros. O primeiro foi numa partida de futsal, em Lisboa, onde um jogador do EF Salesiana Estoril agrediu o juiz, após ter sido expulso, e o segundo aconteceu num jogo de futebol de onze na A. F. Porto, com um futebolista do Senhora da Hora a atacar fisicamente o árbitro.
O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) reagiu nas redes sociais a mais este incidente. "Os "animais" continuam à solta. É vergonhoso o que estamos a deixar fazer ao futebol de base, a passividade e a impunidade das instituições desportivas e dos tribunais é gritante e revoltante", escreveu Luciano Gonçalves.