É com grande intensidade que a equipa do Ministério das Finanças passa as 24 horas que antecedem a entrega do Orçamento do Estado no Parlamento.
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Após longas horas de negociação, com colegas de outros ministérios e a Oposição, são delineados os últimos preparativos do documento a apresentar. Quatro ex-ministros recordam esses momentos ao JN.
Eduardo Catroga preparou o OE de 1995. Num orçamento que se destacou pelos cortes na despesa pública, o economista refere que a sua elaboração do OE exigiu "muitas horas extraordinárias". "Fiz questão de redigir, pelo meu punho, uma boa parte do relatório até este ficar pronto", disse.
Por seu turno, Joaquim Pina Moura, recorda "a intensidade do trabalho de finalização do OE", sendo que, não escapou a algumas "noitadas" para concluir a tarefa.
Já Bagão Félix teve o orçamento de 2005 a seu cargo, lembra "os momentos de tensão" até à apresentação do documento. "Exigem um grande esforço. Não dá para descansar", frisa.
"São dias que obrigam a uma entrega total", aduz Guilherme d'Oliveira Martins, ministro das Finanças em 2001 e 2002. Para o actual presidente do Tribunal de Contas, o descanso é vital nestas alturas, "para que haja discernimento nos momentos de decidir".