O primeiro-ministro afirmou, esta quarta-feira, que o Presidente da República "teve uma intervenção importante" para o acordo alcançado entre o Governo e os parceiros sociais, que considerou ser "um marco decisivo" na história de Portugal.
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Durante a cerimónia de assinatura do acordo entre o Governo e todos os parceiros sociais, excepto a central sindical CGTP-IN, em Lisboa, Pedro Passos Coelho dirigiu-lhes "uma calorosa palavra de saudação pelo seu espírito de compromisso e pela interpretação realista da situação que o país atravessa".
"Quero também saudar, por esta via, o senhor Presidente da República, que, apesar da discrição da sua acção, teve uma intervenção importante para o acordo que alcançámos", acrescentou o primeiro-ministro.
Passos Coelho começou a sua intervenção considerando que hoje é "um dia histórico" e que "o compromisso agora alcançado será visto no futuro como um marco decisivo na história de um país que soube unir-se, superar dificuldades tremendas e reerguer-se".
Segundo o primeiro-ministro, o acordo assinado, esta quarta-feira, "é equilibrado para todas as partes", exprime "um consenso para a mudança" e "não ficou preso à letra do Memorando de Entendimento" com a 'troika': "Conseguimos em vários aspectos ser mais ambiciosos, mais inovadores e mais audazes do que constava dos nossos compromissos internacionais".
Passos Coelho alegou, ainda, que o acordo entre o Governo e os parceiros sociais "é um ganho de credibilidade que beneficia as empresas, as famílias e o próprio Estado" e vai tornar "mais inclusivo e mais aberto" o mercado de trabalho, transformando-o num "espaço de mobilidade social".
Destacando as medidas de incentivo à formação e à contratação de desempregados, o primeiro-ministro sustentou que "as reformas previstas neste acordo" combinam "a protecção do trabalho com a flexibilidade necessária para atender às mudanças económicas e tecnológicas".
"São reformas que vêem além de um conflito muitas vezes redutor entre o interesse de trabalhadores, por um lado, e o interesse dos empregadores, por outro. São reformas que apontam para o interesse geral e comum de todos os portugueses", acrescentou.
Passos Coelho apontou "o crescimento, a competitividade e o emprego" como os objectivos comuns que levaram ao acordo hoje assinado. Quanto aos resultados, pediu tempo: "Sabemos que estas reformas profundas não produzem resultados imediatamente. A economia tem o seu tempo de resposta, e esse tempo de resposta é naturalmente mais demorado numa economia como a nossa, que esteve desmotivada durante tantos anos".
"Teremos de ser pacientes, e teremos de apressar esse ritmo à medida que formos vendo a disseminação dos efeitos, mas estes bons resultados virão, e serão a indicação mais firme de que a economia portuguesa encontrou o caminho da prosperidade", completou o primeiro-ministro.