Mais de um terço (34,6%) da população portuguesa vive no Norte e a Área Metropolitana do Porto (AMP) concentra 48% dos habitantes da região, revela o relatório socioeconómico do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, divulgado nesta segunda-feira.
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De acordo com o documento a que a Lusa teve acesso, 48% da população do Norte do país concentra-se na AMP, mas esse número sobe para 60% se se somar aos habitantes de Tâmega e Sousa, e para 83% com a população de Cávado e Ave.
Nota-se, assim, uma concentração na zona litoral, sendo que os municípios com mais de 10 mil habitantes, 56 dos 84 concelhos, representam 94,8% da população. Há 22 cidades com mais de 50 mil habitantes.
A apresentação do primeiro relatório socioeconómico do Eixo Atlântico do Nororeste Peninsular, que olha para o Norte português e para a Galiza, aconteceu nesta segunda-feira na sede da Associação Empresarial de Portugal (AEP), em Matosinhos.
Este retrato demográfico confirma a tendência de diminuição da população em todas as áreas da região Norte, bem como o seu envelhecimento, com 21,4% dos habitantes acima dos 65 anos e 12,4% abaixo dos 14 anos.
Contribui para o problema de renovação geracional o saldo natural negativo, com mais mortes do que nascimentos, assim como uma baixa percentagem de estrangeiros.
Nesse campo das migrações, o saldo é positivo, com mais imigrantes do que emigrantes, mas "o diferencial está a baixar".
Já a vizinha Galiza, com cerca de 2,6 milhões de pessoas, tem 5,68% do total da população espanhola, tendo verificado também um decréscimo de habitantes e, consequentemente, do seu peso demográfico a nível nacional.
Também nesta região do norte de Espanha se verifica uma "nítida concentração da população nas províncias de A Corunha e Pontevedra", onde vivem 76,6% dos galegos, bem como uma concentração no litoral, com 72% da população. Há ainda um forte envelhecimento da população, com uma idade média de 47,8 anos, mais quatro anos que a média espanhola, com forte destaque para as províncias de Ourense e Lugo, onde a longevidade da população está muito acima das outras."A Galiza mantém fluxos migratórios notáveis em relação a outras comunidades autónomas, e cada vez são menores as deslocações para o estrangeiro", realça o texto.
Verificam-se, também "altas capacidades de atração, destacando-se os procedentes de outras comunidades autónomas e uma redução dos que vêm do exterior".