<p>A chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou hoje, segunda-feira, propostas para a emissão de títulos de dívida pública europeus, e para um aumento do Fundo Europeu de Estabilização Financeira.</p>
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O Tratado de Lisboa "não permite 'euro-bonds' nem juros unificados, e isso eliminaria um importante factor da concorrência", disse a chefe do governo alemão, em Berlim, após um encontro com o seu homólogo polaco, Donald Tusk.
O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, foi uma das personalidades que defendeu a emissão de 'euro-bonds', pouco antes da reunião de ministros das finanças da zona euro, hoje, em Bruxelas.
Juncker fez a proposta num artigo conjunto com o ministro das finanças italiano, Giulio Tremonti, num artigo publicado hoje no matutino britânico Financial Times.
Com esta iniciativa, os líderes europeus manifestariam a irreversibilidade do euro, argumentaram Juncker e Tremoti.
Merkel, no entanto, rejeitou a ideia, afirmando que os diferentes juros da dívida pública aplicados a cada país -- altos para Portugal, por exemplo, e baixos para a Alemanha - "são um estímulo" para que os países que pagam mais para se refinanciarem no mercado de capitais, "se tornem melhores e cumpram as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento" da União Europeia.
Quanto ao fundo de resgate para protecção do Euro, que perfaz 750 mil milhões de euros (com contribuições de dois terços da União Europeia e um terço do Fundo Monetário Internacional), a chanceler afirmou que não vê necessidade de o aumentar.
"O Fundo chega bem para ajudar a Irlanda", acrescentou Merkel, lembrando que, até agora, este foi o único país a requerer ajuda financeira ao abrigo do EFSF.
A ajuda financeira à Grécia, em maio, foi concedida ainda antes da criação do EFSF.
Merkel exigiu ainda que o debate sobre a crise das dívidas soberanas de alguns países da zona euro seja travado "com objectividade e a nível interno, porque tudo o resto só provoca intranquilidade".
Na opinião da chefe do governo alemão, "o importante é implementar rapidamente novas medidas" no âmbito do PEC.
Tusk, por seu turno, reafirmou que a Polónia tenciona aderir ao Euro, apesar das turbulências actuais relacionadas com a moeda única.
"A Polónia está decidida a tornar-se membro da zona euro, quando cumprir os respectivos critérios, que durante a crise demonstraram ser correctos", disse o chefe do governo polaco.