Cerca de 200 de manifestantes da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, afeta à CGTP, concentraram-se, esta segunda-feira de manhã, em protesto à porta do Ministério das Finanças, onde entregaram uma resolução a exigir a demissão do Governo.
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O protesto decorreu enquanto os sindicatos eram recebidos pelo secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, para discutir o programa de rescisões amigáveis, as alterações à mobilidade especial e o diploma que obriga os serviços a revelarem quantos e quais os suplementos remuneratórios que pagam aos seus trabalhadores.
"Farto de ser roubado apite!" e "Roubados mas não calados" apelavam alguns cartazes da Frente Comum aos automobilistas que passavam no local.
Pelas 12.00 horas, os manifestantes atravessaram a rua obrigando o dispositivo policial a fechar a porta de entrada do Ministério das Finanças.
"25 de Abril sempre", "fascistas" e "fascismo nunca mais" foram algumas das palavras de ordem dos manifestantes, que também cantaram a "Grândola Vila Morena".
A estrutura sindical afeta à CGTP realizou um plenário de dirigentes sindicais no local por considerar que o Governo assumiu "um arrogante e inadmissível desrespeito do direito à negociação coletiva" ao anunciar negociações com os sindicatos de um texto que já deu entrada na Assembleia da República.
Os manifestantes desmobilizaran pelas 12.20 horas, depois de entregarem uma resolução aprovada em plenário onde exigem a demissão do Governo.
O secretário de Estado da Administração Pública encontrou-se com as três estruturas sindicais do setor público - Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) - para discutir a proposta de lei que vai regular o pagamento dos subsídios de férias e de Natal este ano.
Durante a reunião, de acordo com os sindicatos, o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, manifestou a sua intenção de agendar a partir da próxima semana reuniões semanais com os sindicatos para discutir as medidas apresentadas pelo primeiro-ministro na sexta-feira.
Após a reunião, onde estive apenas cerca de 10 minutos, Ana Avoila sublinhou que não aceita que o Governo "trate os sindicatos nem os trabalhadores desta maneira".
"Viremos cá nas próximas reuniões para lhes dizer na cara que não aceitamos que passados 40 anos de revolução do 25 de abril o Governo imponha em ditadura medidas que vão prejudicar o país inteiro", disse aos jornalistas a dirigente sindical, referindo que "não irão compactuar" com o que o Governo pretende fazer e que é "um conjunto de reuniões a correr".
Ana Avoila, da Frente Comum, disse ainda aos jornalistas que foram mais de 500 os manifestantes que passaram pelo Ministério. Durante a iniciativa, a Frente Comum apelou à participação de todos na concentração junto ao Palácio de Belém para o próximo dia 25 e no protesto nacional para o dia 30, marcados por Arménio Carlos no final da manifestação do 1º de Maio em Lisboa.