A Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas, que no sábado passado decidiu paralisações a partir do próximo dia 10, manifestou hoje, quarta-feira, a sua disponibilidade para negociar com o Governo, mas garantiu que não vai abdicar das suas reivindicações.
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"Vemos uma luz ao fundo do túnel para, em conjunto com o Governo, alcançarmos uma solução. Nos próximos dias haverá notícias, mas continuamos determinados em levar as nossas reivindicações até ao limite", disse o secretário-geral da Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP), António Lóios, citado pela Agência Lusa.
Os associados da Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas decidiram, no sábado passado em Rio Maior, que poderiam vir a paralisar a partir de 10 de Maio, "a qualquer dia", caso o Governo não respondesse às reivindicações do sector até essa data.
Sem querer comentar o facto de a paralisação poder vir a coincidir com a visita do Papa Bento XVI a Portugal (que decorre de 11 a 14 de Maio), António Lóios apenas adiantou, na altura, que a ANTP esperava respostas do Governo até essa data.
Agora, já "vemos uma luz ao fundo do túnel", disse hoje à Lusa, garantindo que não vão renunciar às suas reivindicações.
Os associados da ANTP reivindicam ao Governo a aplicação da directiva comunitária que permite a redução de oito cêntimos no litro do gasóleo, a alteração da lei das contraordenações, a não introdução de portagens nas SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador) e a redução em 50% do custo das auto-estradas à noite e a alteração do Código do Trabalho.
Na reunião em Rio Maior participaram cerca de 100 pessoas, assegurando António Lóios que a representatividade do sector estava garantida, dado que muitos transportadores se fizeram representar e que outros deram o seu aval, em reuniões realizadas por todo o país, às medidas que fossem adoptadas.
A ANTP foi criada na sequência do bloqueio de 2008, alegando possuir cerca de mil associados, num sector onde existirão "mais de 13 mil empresas" com um total de 59 mil veículos de transporte de mercadorias.
A associação reivindica para si a representação das pequenas e médias empresas do sector, que afirma corresponderem a 82% dos camiões existentes no país.