Raimundo define Governo como "agência de negócios", Chega como "fábrica de mentiras" e IL como "lebre ideológica"
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, encerrou este domingo a Festa da Avante, no Seixal, com um discurso de ataque ao Governo, que disse ser "uma agência de negócios", bem como a outros partidos, exceção ao BE e Livre e PAN, e apontou reivindicações como o aumento das pensões e salários, o acesso à reforma sem penalizações para quem tem 40 anos de trabalho e de descontos ou a criação da rede pública de creches.
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No tradicional discurso de encerramento e perante uma larga plateia, Paulo Raimundo retratou o Governo como uma "agência de negócios" que executa "uma política ao serviço dos grupos económicos, submissa às ordens da União Europeia, dos EUA e da NATO". "Tudo é negócio, é a TAP, os serviços mais rentáveis da CP, os portos, as autoestradas, a infância, a velhice, a saúde, a habitação".
O secretário-geral do PCP considerou ainda que, do lado do Governo, apresenta-se a "Iniciativa Liberal, a lebre ideológica, o Chega, a fábrica de mentiras, a demagogia, o abre-latas do pior da política de direita. E no meio de tudo isto, temos um PS às cotoveladas com o Chega para ver quem é o mais cúmplice do Governo".
Paulo Raimundo apelou "à luta de todos e, em particular, dos mais jovens", no combate ao pacote laboral, exigindo resposta para a questão central do aumento geral dos salários", e lembrou que as eleições autárquicas são em um mês. "Daqui fazemos um apelo, independentemente das vossas opções de voto passadas, deem força à CDU".
Na política nacional, Paulo Raimundo considerou desastrosa o investimento de cinco por cento do PIB na Defesa. "É muita habitação, muitos hospitais, muitas creches e lares, muitas escolas e transportes. É muita cultura, muita gente fora da pobreza, é muito interior povoado, muita floresta e território defendido, é aqui que o País tem de investir os seus recursos".
No encerramento da Festa do Avante, Paulo Raimundo apelou à participação na Jornada de Luta marcada pela CGTP no próximo dia 20 de setembro em Lisboa e no Porto e, no plano internacional, instou o Governo a "reconhecer, imediatamente e sem condicionalismos, o Estado da Palestina com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Leste, e o direito de retorno dos refugiados palestinianos".