A audição no parlamento de José Ramalho, presidente do Fundo de Resolução, acionista único do Novo Banco, foi adiada para dia 25 e já não decorrerá na tarde de hoje.
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De acordo com informação dada à agência Lusa por fonte da comissão parlamentar de inquérito, a audição do também vice-governador do Banco de Portugal (BdP) passou para a próxima semana porque o ritmo de trabalhos do primeiro dia da comissão está a ser mais prolongado que o inicialmente previsto.
A audição do governador do BdP, Carlos Costa, iniciou-se pelas 09:00 e foi interrompida durante uma hora para almoço, por sugestão do presidente da comissão, Fernando Negrão (PSD), tendo sido reatada pelas 14:15.
O vice-governador Pedro Duarte Neves deveria começar a ser ouvido pelas 15:00 e o vice-governador José Ramalho e também presidente do Fundo de Resolução bancário tinha o início da sua audição marcado para as 18:00.
Pedro Duarte Neves será ainda ouvido esta tarde, mas José Ramalho só se deslocará à Assembleia da República no próximo dia 25, ficou acordado.
A comissão terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, e tem por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
Será também avaliado, por exemplo, o funcionamento do sistema financeiro e o "processo e as condições de aplicação da medida de resolução do BdP" para o BES e a "eventual utilização, direta ou indireta, imediata ou a prazo, de dinheiros públicos".
A 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas, enquanto no 'banco bom', o banco de transição que foi designado Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.