O aumento previsto para Janeiro de 4,36% nos preços das portagens nas autoestradas e ex-SCUT "só vai acrescentar crise à crise".
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A afirmação é do porta voz da comissão de utentes do Litoral Norte, Grande Porto e Costa da Prata que não duvida de que este acréscimo nos preços "vai continuar a influenciar, de forma negativa, a vida das famílias e das empresas".
E só vai "arruinar, ainda mais, a economia nacional", frisou à Lusa José Rui Ferreira.
Instado sobre o fato de haver SCUT em Portugal que ainda não são portajadas, quando há vias no Norte que já são pagas há mais de um ano, José Rui Ferreira refere que "a solução não passa pelos outros pagarem, mas sim por ninguém pagar".
Considerou evidente que esta situação é "uma grande e flagrante injustiça", mas o que é preciso ter em conta é o fato de "as receitas recolhidas com estas portagens não terem conseguido compensar as perdas".
Esta comissão de utentes vai continuar a "acompanhar todo o processo de introdução de portagens", apesar de manter a esperança de que o atual executivo, liderado por Pedro Passos Coelho, "conclua que esta medida em nada beneficia o país, porque agora pode comprová-lo à luz de fatos concretos", disse ainda José Rui Ferreira, relembrando dados já conhecidos.
O dirigente realçou dados como os das trocas comerciais entre o norte de Portugal e a região da Galiza, que "tiveram uma quebra na ordem dos 20%".
Também "a utilização do Aeroporto Francisco Sá Carneiro teve menos 200 mil passageiros", algo que "pode dever-se à introdução de portagens", acrescentou.
Além disso, "cerca de 50% do elevadíssimo número de insolvências que ocorreu no primeiro semestre deste ano em Portugal registaram-se no Norte", em zonas com vias portajadas, sublinhou ainda José Rui Ferreira.
Também os números do Instituto das Infra-Estruturas Rodoviárias, avançados no passado mês de Julho, apontam para uma "quebra de tráfego nas ex-SCUT", sendo que na Costa da Prata foi de "40%, no Grande Porto rondou os 36% e no Litoral Norte foi superior a 20%".
São dados que não deixam margem para dúvidas de que houve "desvios de tráfego para as pseudo-alternativas", o que veio a afectar a "qualidade de vida dos utentes" e também a "economia nacional", concluiu.