O Banco Central Europeu (BCE) deixou, esta quinta-feira, as suas taxas de juro inalteradas, pela quinta vez consecutiva, com a principal taxa de refinanciamento em 4,5%.
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A taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez mantém-se em 4,75% e a taxa de depósitos em 4%. "A inflação continuou a descer, impulsionada pela menor inflação dos preços dos produtos alimentares e dos bens. A maioria das medidas da inflação subjacente está a abrandar, o crescimento salarial regista uma moderação gradual e as empresas estão a absorver, nos respetivos lucros, parte do aumento dos custos do trabalho", assinalou o BCE no comunicado divulgado após a sua reunião de política monetária.
O BCE considerou ainda que "as condições de financiamento permanecem restritivas e os anteriores aumentos das taxas de juro continuam a pesar sobre a procura, o que está a ajudar a reduzir a inflação". "Contudo, as pressões internas sobre os preços são fortes e estão a manter a inflação dos preços dos serviços elevada", observou.
Apesar de reafirmar que "está determinado a assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%", o BCE indicou que se esta dinâmica se mantiver pode reduzir as taxas de juro. "Se a avaliação atualizada das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária reforçasse a confiança do Conselho do BCE de que a inflação está a convergir para o objetivo de forma sustentada, seria apropriado reduzir o atual nível de restritividade da política monetária", refere o comunicado.
A taxa de inflação homóloga abrandou em março para 2,4%, face aos 2,6% de fevereiro, segundo uma estimativa rápida divulgada pelo Eurostat na semana passada.
Decisão não foi unânime
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a decisão da instituição de deixar as taxas de juro inalteradas não foi unânime e alguns membros estavam suficientemente confiantes para baixá-las.
Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária do BCE, Lagarde afirmou que "alguns" membros do Conselho do BCE sentiam-se suficientemente confiantes com os dados atuais para cortar as taxas de juro, mas que o banco central espera ter mais informações e novas previsões económicas em junho.