"O conselho do BCE decidiu aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 50 pontos base [0,5 pontos percentuais]", anunciou, esta quinta-feira, a instituição liderada por Christine Lagarde.
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Na sequência desta decisão, "a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito serão aumentadas para, respetivamente, 3,50%, 3,75% e 3%, com efeitos a partir de 22 de março de 2023", anunciou o Banco Central Europeu (BCE).
As taxas de juro centrais da zona euro vão continuar a subir com muita força, apesar dos problemas graves do setor bancário que emergiram na Europa (com o Credit Suisse a despenhar-se em bolsa) e com a falência de vários bancos nos Estados Unidos.
A taxa normal de refinanciamento para os bancos aumenta para 3,5%, o valor mais alto desde o tempo da falência do Lehman Brothers, em outubro de 2008, o banco que empurrou o mundo para uma crise financeira gigantesca.
A taxa de facilidade de depósitos, que é a mais praticada pelos bancos comerciais no acesso a fundos do BCE, subiu para 3%, também o valor mais alto em quase 15 anos.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu, portanto, manter o seu rumo desejado de forte aperto monetário e, como era sua "intenção", anunciou a subida musculada das suas três taxas de juro de referência, em 0,5 pontos percentuais.
Isto apesar dos múltiplos apelos de economistas e ex-banqueiros centrais de que pode ser perigoso, neste momento, subir tanto os juros, pois pode alimentar a turbulência no setor financeiro europeu, uma vez que torna o crédito mais caro.
O BCE desvalorizou em parte esses apelos e segue em frente no seu programa de subida de taxas de juro para combater a inflação muito alta. Mas diz que está atento aos que se passa nos mercados e que se for preciso lançará linhas de ajuda aos bancos da zona euro.
O BCE refere que "está a acompanhar de perto as atuais tensões no mercado e está preparado para responder conforme necessário, no sentido de preservar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira na área do euro". Mas defende que "o setor bancário da área do euro é resiliente, apresentando posições de capital e liquidez fortes".
No entanto, como nada é garantido a 100%, "em todo o caso, o conjunto de instrumentos de política monetária do BCE permite inteiramente proporcionar, se necessário, apoio em termos de liquidez ao sistema financeiro da área do euro e preservar a transmissão regular da política monetária".