BE diz que contracção do PIB mostra "efeitos catastróficos" da política do Governo
O Bloco de Esquerda considera que a contracção do Produto Interno Bruto no terceiro trimestre deste ano revela que a política do Governo está a ter "efeitos catastróficos" na economia e anuncia o "avolumar do desemprego" em 2012.
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O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,7% no terceiro trimestre deste ano face ao mesmo período do ano anterior, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Este é o terceiro trimestre consecutivo em que a economia portuguesa encolhe em comparação com o ano anterior. Em cadeia (face ao trimestre anterior), também se registou uma quebra, de 0,4%.
"Estes números vêem provar que a estratégia agora desenvolvida pelo Governo e aprovada no Orçamento do Estado [para 2012]está a ter efeitos catastróficos ao nível do sistema económico. O Orçamento do Estado não tem qualquer política ou estratégia para fomentar o crescimento económico e o nosso receio é que estejamos a caminhar, no ano de 2012, para um avolumar do desemprego e para uma contracção económica muito maior", disse à Lusa a deputada Ana Drago.
A deputada referiu-se ainda às declarações do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, que disse hoje no Parlamento que 2012 será o ano do fim da crise.
"Já vários ministros da Economia tiveram a mania de vir anunciar o fim da crise, mas a verdade é que não há nenhuma estratégia para o crescimento económico e a criação de emprego na política orçamental do Governo", afirmou Ana Drago.
Para a deputado do Bloco, os números hoje conhecidos denunciam uma "economia doente" e com "enormes dificuldades em reagir a esta política de austeridade", apontando Ana Drago "a enorme diminuição do consumo das famílias", com um "enorme impacto sobre as pequenas e médias empresas, que são o sustentáculo do emprego em Portugal, anunciando o crescimento acelerado do desemprego."
Esta contracção do PIB, para o BE, "mostra também como o sector das exportações, anunciado pelo Governo como aquele que permitiria salvar e reconverter a economia portuguesa, está também em desaceleração no quadro de austeridade e estagnação económica que existe no quadro europeu".