Belmiro de Azevedo: Sair do euro significaria o retrocesso a uma era de trevas
O empresário Belmiro de Azevedo defendeu esta terça-feira que "o abandono do euro significaria para Portugal o retrocesso a uma era de trevas", rejeitando a tese de que o regresso a uma moeda autónoma traria ganhos de competitividade.
"A tese de que o regresso a uma moeda autónoma nos permitiria, através da desvalorização, novos ganhos de competitividade é um perfeito disparate no actual quadro económico e financeiro", afirmou hoje no encerramento das II Jornadas da Associação Empresarial de Portugal (AEP) e da Fundação de Serralves, no Porto.
O 'chairman' da Sonae disse que se Portugal deixasse o euro seria "tudo muito pior", considerando que o fim da moeda única "significaria um retrocesso talvez de décadas em termos de bem-estar e qualidade de vida".
Na sua intervenção, Belmiro de Azevedo admitiu que "a crise das dívidas soberanas e a instabilidade do euro impõe uma nova ordem", considerando que a emissão de dívida pública europeia ('eurobonds') não é uma solução no actual contexto.
"O problema é que não funcionam enquanto não houver o tal ministro das Finanças europeu, porque quem gerir a emissão de 'eurobonds' tem que ter a certeza de que os países que os vão subscrever têm um comportamento como deve ser", explicou.
Para o empresário, seria "mais um balão de ensaio que foi atirado para o ar, que sobe e rebenta lá em cima".
