Belmiro de Azevedo afirmou não conhecer "nenhuma actividade que se possa dizer que está em retoma" em Portugal.
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O empresário considera que as afirmações do ministro das Finanças no sentido de uma melhoria da situação económica são "politicamente correctas".
"Neste momento, não há nenhuma actividade que eu conheça que se possa dizer que está em retoma. Algumas estão a aguentar a situação e, muitas vezes, à custa de outras, isto é, há deslocação de quota de mercado das empresas que são pouco eficientes para as que são mais eficientes", afirmou o "patrão" da Sonae em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia em que recebeu o grau de doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto.
Para o empresário, as afirmações de Teixeira dos Santos de que o país estará "num ponto de viragem" ou "próximo" disso são "politicamente correctas", mas o facto é que o ministro "não assina nenhum cheque para que as coisas aconteçam".
"Um ministro não pode lamuriar-se, os políticos são as últimas pessoas a dizer que há crise, têm que animar a actividade. Não se pode é cair na ilusão de prometer coisas que não podem ser de facto cumpridas", considerou Belmiro, acrescentando: "os empresários têm obrigação de ser mais agressivos e dizer com mais clareza aquilo que pensam, os políticos têm que arredondar as afirmações".