Foi uma terça-feira "negra" para as bolsas europeias, e Portugal não foi excepção. O PSI 20, principal índice da bolsa portuguesa, fechou a cair 5,36% para 7.152,42 pontos, apenas ultrapassado pela Grécia, que perdeu 6,85%.
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A bolsa nacional já estava em queda, mas acentuou a tendência depois de a Standard & Poor's ter cortado o "rating" de Portugal de A+ para A-.
Segundo os analistas contactados pelo JN, o corte para a dívida nacional veio alarmar ainda mais os investidores, que vinham já a castigar os títulos da dívida portuguesa, cobrando juros cada vez mais elevados. O corte do "rating" tem "consequências a nível de um maior custo de financiamento por parte dos bancos portugueses", avançou um analista de mercado. Além disso, "a queda da bolsa nacional tem a ver com todos os receios em relação à economia portuguesa que faz com que haja uma fuga dos investidores do mercado português", afirmou outro especialista.
A praça nacional registou a maior perda desde 16 de Outubro de 2008, no auge da crise financeira após o colapso do banco de investimento norte-americano Lehman Brothers, com todos os títulos a perderem mais de 1%. O sector financeiro foi o que mais pressionou o PSI 20, que sofreu perdas superiores a 7%. Seguiu-se a PT ao derrapar 6,71%. Na energia, a EDP caiu 3,82% enquanto a Galp perdeu 3,04%. Entre as maiores quedas (acima citadas), destaque a Sonae Indústria, que afundou 9,96%, e para a Altri, que depreciou 9,06% (ver pág. 28).
O resto da Europa também fechou negativa. Madrid perdeu 4,19%, seguida do recuo de 3,82% em Paris. Frankfurt desvalorizou 2,49% e Londres caiu 2,06%. As quedas fizeram sentir-se também nos EUA. O índice Dow Jones 50 caiu 2,89%, enquanto o Nasdaq perdeu 1,36%.