A bolsa portuguesa está a recuperar da "segunda-feira negra", com o PSI 20 a ganhar 4,16%, seguindo o movimento das praças mundiais. Os investidores estão a responder às medidas de estabilização e estímulo da economia tomadas hoje pela China.
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O banco central chinês desceu as taxas de juro pela quinta vez desde novembro do ano passado, reduziu a quantidade de dinheiro que os bancos são obrigados a ter em reserva e imprimiu mais dinheiro, para o injectar na economia.
A partir de amanhã, na China, a taxa de juro baixará 0,25 pontos percentuais para 4,6% no caso dos empréstimos pelo prazo de um ano e para 1,75% no caso dos depósitos. Ainda, a Banca será obrigada a ter menos 0,5 pontos percentuais de reservas e já hoje entraram na economia o equivalente a 20,3 mil mil milhões de euros (o suficiente para sustentar o Ministério da Saúde português durante dois anos).
As medidas tomadas pelo Banco Central da China destinam-se a reanimar a economia, que tem crescido a uma taxa menor do que as previsões oficiais.
Em resposta a estas três decisões, e com os investidores a aproveitar o preço de saldo a que ficaram algumas empresas, as bolsas mundiais estavam a recuperar as perdas iniciadas já na semana passada e que atingiram um pico na segunda-feira, já chamada de "segunda-feira negra".
Apesar de o principal índice chinês, o Shanghai Composite, estar a meio desta tarde com perdas acentuadas (de 7,63%), a Europa arrancou o dia com fortes ganhos, que se mantiveram durante o dia. O índice europeu Stoxx Europe 600 estava a subir 3,36%, no que poderia vir a ser o maior crescimento desde Setembro de 2011. Na Alemanha, o DAX crescia 4,67%, o CAC 40 francês ganhava 4,07% e o britânico FTSE 100 subia 2,44%.
Horas depois da abertura dos mercados europeus, abriram as praças norte-americanas, também com fortes ganhos. O Dow Jones Industrial Average subia a meio da tarde 2% e o S&P 500 ganhava 2,1%.
Além das bolsas, também matérias-primas como o petróleo estavam a recuperar da forte queda de segunda-feira.
Os mercados irão agora acompanhar com atenção os próximos passos das autoridades económicas e financeiras da China. A segunda maior economia do mundo tem sustentado o crescimento mundial e uma taxa de inflação baixa, que tem também mantido as taxas de juro em níveis mínimos, após a crise financeira de 2008.