O comissário europeu dos Assuntos Económicos disse esta segunda-feira que a Comissão Europeia mantém "contactos contínuos" com o actual governo português e os responsáveis políticos que deverão formar o próximo, para se cumprir o calendário do programa de ajuda.
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Falando em Estrasburgo, à saída de uma reunião com a comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, Olli Rehn disse que são conhecidas as particularidades da situação política portuguesa, designadamente a necessidade de se formar um novo Governo saído das eleições legislativas de domingo, mas sublinhou que os calendários do programa de assistência financeira são para cumprir tal como foi acordado entre Lisboa, União Europeia e Fundo Monetário Internacional.
O comissário reafirmou que a primeira revisão trimestral de implementação do programa de ajuda externa, de 78 mil milhões de euros, ocorrerá "no final de Julho, princípios de Agosto", tal como esteve sempre planeado, pelo que os contactos com o Governo e os prováveis responsáveis do próximo decorrem e prosseguirão nos próximos dias e semanas.
"Temos contactos contínuos com os partidos políticos, incluindo o actual governo e os partidos que poderão formar o próximo. Estamos a ter contactos regulares com estes líderes políticos", disse.
Questionado sobre se em linha de conta o facto de o próximo governo só poder entrar em funções provavelmente em Julho, tendo então apenas cerca de um mês até à primeira revisão do programa, Rehn respondeu que "sim", mas enfatizou que "claro" que a UE e o FMI esperam que o programa seja implementado, "pois foi aprovado pelos três principais partidos, parte do actual e do próximo governo".
Por seu lado, o presidente do Eurogrupo (que junta os ministros das Finanças da Zona Euro), Jean-Claude Juncker, que participou na mesma reunião da comissão parlamentar, onde se discutiu sobretudo o caso grego, também manifestou total confiança nas autoridades portuguesas para a execução do plano de reformas, lembrando que o programa mereceu o apoio dos então principais partidos da oposição, que deverão coligar-se no próximo Governo, PSD e CDS-PP.
"Estou completamente convencido de que Portugal vai implementar o programa e de que o fará de uma maneira que lhe permitirá, dentro de algum tempo, voltar aos mercados financeiros em situações melhores", disse.
Questionado sobre se estava mais inquieto com a situação grega do que com os casos irlandês e português, respondeu simplesmente com uma palavra: "Sim".