A Comissão Europeia voltou a rever em baixa as previsões para o crescimento da economia europeia, ao projetar uma contração de 0,3% na zona euro para este ano e um ténue crescimento de 0,1% na União Europeia.
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Depois de, em novembro último, nas suas previsões de outono, o executivo comunitário já ter revisto em baixa as suas previsões macroeconómicas - pois na primavera antecipara que a economia iria crescer 1,0% na zona euro e 1,3% no conjunto da UE já em 2013 -, previsões de inverno volta a baixar as expectativas para este ano, embora mantendo a confiança numa retoma em 2014.
Em vez do ligeiro crescimento de 0,1% antecipado no outono para a zona euro este ano, Bruxelas antecipa agora nova contração de 0,3% (depois de 0,6% em 2012), e para a União a 27 projeta um crescimento ligeiro de 0,1%, inferior àquele previsto há três meses, de 0,4.
Contudo, a Comissão continua a acreditar que a retoma da economia europeia terá lugar em 2014, mantendo as previsões de outono de um crescimento de 1,4% na zona euro e de 1,6 na União Europeia no próximo ano, e crê que o crescimento será inicialmente suportado por uma crescente procura externa, com o consumo e o investimento doméstico a recuperarem no final do corrente ano, e a procura interna a assumir-se em 2014 como o motor da retoma.
A Comissão também reviu em baixa as previsões para a taxa de desemprego, que prosseguirá este ano a sua escalada, atingindo os 12,2% na zona euro (em novembro Bruxelas estimara uma taxa de 11,8) e os 11,1% na União Europeia (no outono a projeção era de 10,9).
O cenário praticamente não melhorará em 2014, sobretudo no espaço monetário único, com Bruxelas a projetar taxas de desemprego de 12,1% para a zona euro e 14,9 para a UE no próximo ano.
Como nota positiva, o executivo comunitário aponta que a consolidação das contas públicas está a progredir, devendo o défice público cair na zona euro de 3,5% em 2012 para 2,8% este ano (e 2,7% em 2014), e na UE a baixar de 3,8% no ano passado para 3,4 em 2013 e 3,1% em 2014, mas também neste caso as previsões são revistas em baixa, já que no outono Bruxelas esperava um défice de 2,6% para este ano na zona euro e de 3,2% na UE a 27.
Por fim, quanto à inflação, a Comissão Europeia prevê uma gradual redução, mantendo as previsões de há três meses, de que descerá na zona euro de 2,5 para 1,8 e na União de 2,6 para 2,0.
Num primeiro comentário às previsões económicas de inverno, o comissário europeu dos Assuntos Económicos admitiu que "o reequilíbrio em curso da economia europeia continua a pesar sobre o crescimento no curto prazo".
"A situação atual pode ser resumida da seguinte forma: temos dados dececionantes do final do ano passado, alguns um pouco mais encorajadores de um passado mais recente, e uma crescente confiança dos investidores no futuro", afirmou Olli Rehn.
O comissário insistiu na ideia que tem vindo a repetir de que, "é necessário prosseguir o caminho das reformas e evitar perder o 'momentum', o que poderia minar a recuperação da confiança que já está em curso".