As câmaras municipais recebem 5% do IRS coletado no seu concelho, mas a lei prevê que cada município isente os seus residentes dessa parcela, aumentando o valor a receber pelas famílias no reembolso, ou diminuindo o valor a pagar. No entanto, há 121 câmaras que ficam com a parte toda.
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A política das câmaras para o IRS é variável e há 40 autarquias que abdicam da totalidade da receita, sendo que nenhuma está nas Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa. Em sentido inverso, há 121 câmaras que ficam com a totalidade da receita, e ainda 147 municípios que devolvem só uma parte.
Entre as câmaras que ficam com os 5% estão algumas das que têm mais população, como é o caso de Sintra.
Na Área Metropolitana do Porto há dez câmaras que não abdicam da receita: Matosinhos, Amarante, Baião, Gondomar, Maia, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Valongo e Vila do Conde. A Câmara de Vila Nova de Gaia é a que dá a maior isenção, 2,5%, o que significa que abdica de uma receita de 11,9 milhões de euros.
Na Área Metropolitana de Lisboa são cinco: Cascais, Azambuja, Odivelas, Sintra e Sobral de Monte Agraço. Nesta região, a Câmara de Lisboa é a que mais deixa IRS nos cidadãos, pois só fica com 0,5% e devolve 4,5%. Ao todo, o município liderado por Carlos Moedas abdica de 77,4 milhões de euros, o maior valor do país.
Em ano de autárquicas, há 42 câmaras que aumentaram o valor de IRS que não é cobrado aos seus munícipes. Entre estas há algumas de maior dimensão, como Porto, Gaia, Braga, Setúbal e Lisboa.
Ao todo, as câmaras municipais têm a receber 762 milhões de euros relativos aos 5% do IRS. No entanto, só vão receber 558 milhões de euros, pois abdicaram de um total de 204 milhões.