Comunidade Intermunicipal do Douro criou um passaporte para desafiar os visitantes a conhecerem melhor os 19 concelhos da região e permanecerem pelo menos uma semana.
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Sobe-se ao Miradouro do Ujo (Alijó) sobre o vale do Tua ou ao Santuário da Senhora dos Remédios (Lamego). Desce-se às gravuras do Côa (Vila Nova de Foz Côa) e pela Calçada de Alpajares (Freixo de Espada à Cinta). Entra-se na Vila Amuralhada de Ansiães (Carrazeda) ou na Casa de Mateus (Vila Real). Sai-se em passeio pela Aldeia Vinhateira de Provesende (Sabrosa) ou pelo Santuário da Senhora da Lapa (Sernancelhe). Tudo isto é apenas um punhado dos quase 80 lugares imperdíveis em 19 concelhos do Douro, que acabam de lançar um passaporte para guiar os turistas e para lhes dizer que há tanta e tão diversa coisa para ver, que um dia, ou dois, ou três não chegam.
O Passaporte Douro é uma iniciativa da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro). É um "livrinho" que apresenta as sugestões de visita que cabem nas seis páginas que foram dadas a cada um dos 19 concelhos. Mas tem um código QR para procurar mais informação online. E ainda há uma aplicação que pode ser instalada no telemóvel para ter acesso a vídeos promocionais e sugestões diversas de restaurantes, alojamento e atividades.
O passaporte pode ser adquirido nas lojas interativas de turismo. Primeiro preenchem-se os campos destinados à identificação e a seguir parte-se à descoberta de uma área geográfica com mais de quatro mil quilómetros quadrados. Os concelhos são apresentados por ordem alfabética, mas cada um faz o roteiro que mais lhe convier, sem esquecer de carimbar nos locais que visitar, por exemplo, nos museus. Quando tiver os carimbos todos, o turista recebe um certificado de excelência e uma garrafa do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto.
Não é turismo de massas
Não é que a região duriense não seja já de sobra conhecida, nomeadamente pelas paisagens, pelos vinhos e alguns monumentos mais falados. Mas a CIM Douro entendeu que há muito mais para conhecer. Daí o slogan "Descubra e viva uma experiência única!". O vice-presidente da comunidade, Nuno Gonçalves, nota que este passaporte é um trabalho de grupo, em que os autarcas pensam na região como um todo e não apenas no seu concelho. "Através da diversidade constrói-se uma identidade. Um território em que o rio não divide, mas une", resume o também presidente da Câmara de Torre de Moncorvo.
A ambição "não passa pelo turismo de massas", mas por alargar, para além dos dois dias mais ou menos normais, o tempo de permanência dos turistas. "Uma semana ou mais" é a fasquia desejada pelos autarcas de uma região "de baixa densidade populacional, mas com alta intensidade".
Mais do que vinho
Para além do vinho do Porto, dos vinhos DOC Douro, moscatéis e espumantes, a região duriense também se destaca pelo azeite, amêndoa, castanha, bem como pela gastronomia e património arqueológico e arquitetónico.
Parcerias
O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto e a Turismo do Porto e Norte de Portugal são entidades parceiras do projeto do passaporte, pois também mostraram interesse em ajudar a captar mais turistas para a região.