A partir de novembro, abastecer veículos elétricos em casa ou em postos fora da rede Mobi.E sairá mais barato. O carro a diesel pode ainda compensar.
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Quanto vai custar o carregamento de veículos elétricos na rede pública Mobi.E, a partir de 1 de novembro? Henrique Sánchez, presidente da Associação de Utilizadores de veículos Elétricos (UVE), garante que compensa carregar em casa, uma vez que "são esperados preços entre os cinco e os 10 euros por 100 km". Se este limite superior for atingido, o carro a diesel pode ainda compensar.
Na visão do responsável, carregar o carro num posto rápido será assim dez vezes mais caro do que num posto normal. Mais barato mesmo, garante, será carregar o veículo em casa, pagando os preços da eletricidade para uso doméstico.
De acordo com fonte do Ministério do Ambiente, está em curso um projeto de expansão da rede a todo o território nacional, que prevê a instalação de 404 pontos de carregamento nos municípios que atualmente não dispõem de infraestrutura. "Adicionalmente, com o início dos pagamentos nos carregadores rápidos, prevê-se que haja uma expansão de postos de carregamento por iniciativa privada". Até agora, as borlas na rede Mobi.E saíram dos bolsos das empresas no carregamento rápido (10 mil euros por mês no caso da Prio, por exemplo), e dos contribuintes nos postos normais (média mensal de 29 mil euros).
Do lado dos utilizadores há a expectativa que os preços da rede Mobi.E "sejam mais caros do que carregar o carro em casa e mais baratos do que abastecer um carro a gasolina ou a gasóleo", refere o presidente da UVE, usando como referência os seus próprios consumos: "O meu carro consome o mesmo do que uma máquina e meia de lavar loiça. Em tarifa bi-horária gasto 1,5 euros para fazer 100 km, carregando em casa. Comparando com o meu anterior carro, a gasóleo, pagava 9 euros para fazer os mesmos quilómetros".
Contrato obrigatório
Tanto a Mobi.E como o Ministério do Ambiente não avançam ainda os valores que serão cobrados na rede pública de mobilidade elétrica. Mas uma coisa é certa: a partir de 1 de novembro, quem não tiver celebrado um contrato com um fornecedor de eletricidade não poderá aceder aos postos de carregamento rápido. Para já, diz a UVE, apenas a EDP, Galp e Prio estão aptas para avançar, por causa da certificação das faturas. Fonte oficial da EDP diz que a empresa está a "preparar todos os processos e sistemas de modo a disponibilizar uma oferta comercial competitiva" e confirma que "o carregamento do carro em casa tenderá a ser bastante mais económico".
"As tarifas serão divulgadas nas próximas semanas", confirma Alexandre Videira, presidente da Mobi.E. Na prática, os utilizadores vão "pagar os valores acordados nos contratos estabelecidos" com os comercializadores, que englobam o custo da eletricidade fornecida e a taxa de operação do posto definida pelo operador. Henrique Sánchez levanta mais uma ponta do véu e diz que "os tarifários vão variar muito". A outra parcela - preço da eletricidade - vai incluir a taxa de acesso à rede, com um desconto subsidiado pelo Fundo de Apoio à Inovação, e o Imposto Especial sobre o Consumo.