O processo de contra-ordenação levantado pela CMVM contra o director geral do BCP, Filipe Abecassis, foi arquivado, disse hoje, sexta-feira, o próprio.
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"A decisão da CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários], no meu caso, foi de arquivamento do processo. Fui ilibado sem a aplicação de qualquer sanção", esclareceu hoje, à Lusa, Filipe Abecassis.
Na quinta feira, a Lusa avançou que a CMVM - no âmbito do processo de contra ordenação relativo à prestação de informação financeira falsa ao mercado - aplicou coimas a nove antigos altos quadros do BCP, num valor total de 4,325 milhões de euros, inibindo da actividade bancária oito deles pelo máximo de cinco anos.
Filipe Abecassis, director geral do BCP, esclareceu hoje ter ficado de fora do lote de condenados pela CMVM e a Lusa apurou, entretanto, que também o processo contra Rui Lopes foi arquivado, pelo que foram condenados nove dos 11 acusados no caso BCP.
Jardim Gonçalves, antigo presidente, recebeu uma multa de um milhão de euros, a mais elevada, seguido por António Rodrigues (900 mil euros), ex-administrador financeiro, e por Filipe Pinhal, que foi administrador (e presidente durante um curto período), cuja coima ascendeu a 800 mil euros, segundo a informação prestada à Lusa por uma fonte próxima do processo.
Os três antigos altos quadros do BCP ficaram com cinco anos de inibição de exercer actividade bancária.
Seguiram-se os antigos administradores Christopher de Beck (650 mil euros e quatro anos de inibição), António Castro Henriques (250 mil euros e dois anos de inibição), Alípio Dias (200 mil euros e um ano de inibição) e Paulo Teixeira Pinto - antigo presidente - (200 mil euros e um ano de inibição).
Já Luís Gomes, alto quadro do banco, recebeu uma coima de 250 mil euros e três anos de inibição, ao passo que Miguel Duarte, outro alto quadro, foi multado em 75 mil euros, mas não foi punido com a inibição para exercer a actividade bancária.