O Presidente da República considerou, este sábado, que as instituições internacionais e a 'troika' devem rever "aquilo em que eles próprios falharam" e verificar se é preciso fazer algum ajustamento.
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Cavaco Silva elogiou a forma como Portugal tem atuado nos seus contactos com as instituições internacionais, ao não pedir mais tempo no âmbito do programa de ajuda financeira, responsabilizando-as por falhas na avaliação que fizeram.
"Essa é uma questão que, com certeza, em primeiro lugar, se coloca do lado das entidades internacionais. Até porque elas fizeram determinadas previsões, por exemplo, para o défice orçamental de 2011, que falharam", afirmou.
Cavaco Silva falava à imprensa à margem da Taça Portugal Solidário, que se realiza no Oceânico Victoria Clube de Golfe, em Vilamoura, um torneio com o alto patrocínio da Presidência da República.
De acordo com o chefe de Estado, as instituições internacionais e a 'troika' devem eventualmente rever "aquilo que eles próprios falharam", quando fizeram a análise em abril de 2011, e verificar se é necessário "algum ajustamento".
"Quando foi negociado o acordo com o Governo anterior, a 'troika' fez uma avaliação do que seria o défice orçamental no ano 2011, e mesmo com medidas extraordinárias que este Governo tomou, foram necessárias transferências dos fundos de pensões dos bancos", sublinhou.
Questionado sobre a hipótese de haver mais cortes nos benefícios sociais, Cavaco Silva disse ainda que não é fácil "imaginar cortes adicionais" na parte social.
"Parece difícil. Mais austeridade só eventualmente para aqueles que até ao momento não sofreram sacrifícios", concluiu.