O presidente da República deixou, esta sexta-feira, uma mensagem de "esperança e confiança" no futuro da economia portuguesa, manifestando a convicção de que o país superará a crise de financiamento externo com sucesso e mais cedo do que o previsto.
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Numa intervenção no Fórum Económico Polónia-Portugal, o chefe de Estado voltou a destacar a avaliação positiva dos primeiros nove meses do programa de ajustamento financeiro, considerando que tal "justifica a esperança de que Portugal será bem sucedido", apesar da extrema exigência do acordo assinado com a 'troika'.
"O programa de ajustamento que subscrevemos é extraordinariamente exigente, mas o governo português tem demonstrado uma sólida determinação e um claro empenho em cumpri-lo, num ambiente em que tem sido possível manter um grau relativamente elevado de diálogo político e social", afirmou Cavaco Silva.
Por isso, continuou, tal significa que o futuro será "promissor" para aqueles que investirem e fizerem negócios em Portugal. "É esta mensagem de esperança e confiança no futuro da economia portuguesa que gostaria de transmitir a todos. Portugal sempre superou com sucesso, e mais rapidamente do que o previsto, as suas crises de financiamento externo. Estou certo de que o conseguiremos fazer uma vez mais", sublinhou Cavaco Silva.
Apesar da nota de "esperança", o chefe de Estado reconheceu que o período recessivo decorrente da crise financeira dos anos 2008-2009 "ainda não foi verdadeiramente ultrapassado", tal como a crise da dívida soberana na zona Euro.
Aprender com a Polónia
Contudo, acrescentou, existe atualmente a convicção de que os fatores mais negativos estão a ser enfrentados, "ainda que com diferentes graus de determinação e sucesso", e que "a trajetória continuará a ser de melhoria".
"A evidência histórica sugere que as recessões resultantes de graves crises financeiras são, em regra, profundas, longas e bastante destrutivas em termos de emprego e qualidade de vida. Infelizmente, também desta vez, isto mesmo foi confirmado na generalidade dos países desenvolvidos e, em particular, na Europa", notou.
Falando perante uma plateia de empresários portugueses e polacos e com o seu homólogo da Polónia ao lado, o presidente da República voltou a destacar o facto deste país do leste europeu ter sido o único a evitar a entrada em recessão, considerando que Portugal tem "muito a aprender com a experiência polaca".
Cavaco Silva aproveitou ainda para pedir às empresas polacas para encararem com otimismo as oportunidades de investimento em Portugal, frisando que, mais do que nunca, se vive no país "um ambiente de grande recetividade à iniciativa empresarial e ao investimento estrangeiro".
"Portugal está empenhado em retirar o maior proveito da transformação económica em curso e sabemos que os investidores mais ousados e atentos à evolução da nossa economia serão aqueles que maior retorno poderão obter", enfatizou.
Antes, o presidente da Polónia, Bronislaw Komorowski, tinha igualmente deixado uma palavra de esperança, lembrando que depois dos tempos difíceis, acabam sempre por chegar novas oportunidades.
"Temos de ter coragem para investir, pensado não só no dia de hoje, mas também no futuro", disse, deixando elogios à centena de empresas portuguesas que já se encontram instaladas na Polónia e que foram das primeiras a investir no país quando "os tempos ainda eram difíceis".